Principais sintomas do diabetes tipo 1:
- vontade de urinar diversas vezes
- fome frequente
- sede constante
- perda de peso
- fraqueza
- fadiga
- nervosismo
- mudanças de humor
- náusea e vômito.
Principais sintomas do diabetes tipo 2:
- infecções frequentes
- alteração visual (visão embaçada)
- dificuldade na cicatrização de feridas
- formigamento nos pés e furúnculos.
O diagnóstico de diabetes normalmente é feito usando três exames:
Glicemia de jejum
A glicemia de jejum
é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento,
servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de
referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de
sangue (mg/dL). O que significam resultados anormais:
- Resultados entre 99 mg/dL e 140 mg/dL são considerados anormais próximos ao limite e devem ser repetidos em uma outra ocasião
- Valores acima de 140 mg/dL já são bastante suspeitos de diabetes, mas também devendo ser repetido em uma outra ocasião
- Valores acima de 200 mg/dL são considerados diagnósticos para diabetes.
Hemoglobina glicada
Hemoglobina glicada
(HbA1c) a fração da hemoglobina ( proteína dentro do glóbulo vermelho)
que se liga a glicose. Durante o período de vida da hemácia - 90 dias em
média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da
concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem
altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá
necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Dessa
forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das
concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos 3 meses . Os
valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com
hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes. Valores
normais da hemoglobina glicada:
- Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
- Para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7%
- Anormal próximo do limite: 5,7% e 6,4% e o paciente deverá investigar para pré-diabetes
- Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%.
Curva glicêmica
O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu
corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de
glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue
após duas horas da ingestão. No Brasil é usado para o diagnóstico o
exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120
minutos.Os valores de referência são:
- Em jejum: abaixo de 100mg/dl
- Após 2 horas: 140mg/dl
Exercícios físicos
A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os
níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de
peso. A prática de exercícios deve ser realizadas de três a cinco vezes
na semana. Há restrição nos casos de hipoglicemia,
principalmente para os pacientes com diabetes tipo 1. Dessa forma,
pessoas com a glicemia muito baixa não devem iniciar atividade física,
sob o risco de baixar ainda mais os níveis. Por outro lado, caso o
diabetes esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício
pode causar a liberação de hormônios contra-reguladores, aumentando mais
ainda a glicemia. Em todos os casos, os pacientes com diabetes devem
sempre combinar com seus médicos quais são as melhores opções. Lembrando
que o ideal é privilegiar atividades físicas leves, pois quando o gasto
calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode
haver a hipoglicemia.
Controle da dieta
Pessoas com diabetes devem evitar os açúcares simples presentes nos
doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico
muito alto. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele
retarda a absorção da glicose. Mas, quando o índice é alto, esta
absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue. Os
carboidratos
devem constituir de 50 a 60% das calorias totais ingeridas pela pessoa
com diabetes, preferindo-se os carboidratos complexos (castanhas, nozes,
grãos integrais) que serão absorvidos mais lentamente.
Quem tem diabetes também pode sofrer com a hipoglicemia. Quando for
praticar exercícios é importante verificar o controle glicêmico antes do
início da atividade, para então escolher o melhor alimento - se a
glicemia está muito baixa, é aconselhável dar preferência aos
carboidratos, assim como deve-se evitá-los se estiver alta. A escolha do
alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de
grande duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia,
sendo necessária uma ingestão maior de alimentos.
Verificar a glicemia
Todos os portadores de diabetes tipo 1 precisam tomar insulina
diariamente, porém nem todos os pacientes com diabetes tipo 2 necessitam
dessas doses. No entanto, em ambos os casos é importante fazer o
autoexame para verificar sua glicose em casa.
Para fazer essa medida é necessário ter em casa um glicosímetro,
dispositivo capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue.
Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo
com uma agulha pequena chamada lanceta. Uma pequena gota de sangue
aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é
inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 30 a 45
segundos.
O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a
definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a
definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente, que deve se
basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas
atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose
normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as
baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas.
Tipos de insulina
- Insulina regular: é uma insulina rápida e
tem coloração transparente. Após ser aplicada, seu início de ação
acontece entre meia e uma hora, e seu efeito máximo se dá entre duas a
três horas após a aplicação.
- Insulina NPH: é uma insulina intermediária
e tem coloração leitosa. A sigla NPH que dizer Neutral Protamine
Hagedorn, sendo Hagedorn o sobrenome de um dos seus criadores e
Protamina o nome da substância que é adicionada à insulina para retardar
seu tempo de ação. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre
duas e quatro horas, seu efeito máximo se dá entre quatro a 10 horas e a
sua duração é de 10 a 18 horas
- Análogo de insulina: moléculas modificadas
da insulina que o nosso corpo naturalmente produz, e podem ter ação
ultrarrápida ou ação lenta. Existem alguns tipos de análogos
ultrarrápidos disponíveis no mercado brasileiro, são eles: Asparte,
Lispro e Glulisina. Após serem aplicados, seu início de ação acontece de
cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia e duas horas.
São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e Detemir. A
insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a quatro
horas após ser aplicada, não apresenta pico de ação máxima e funciona
por 20 a 24 horas. Já o análogo Detemir tem um início de ação entre uma a
três horas, pico de ação entre seis a oito horas e duração de 18 a 22
horas.
- Pré-mistura: consiste de preparados
especiais que combinam diferentes tipos de insulina em várias
proporções. Podem ser 90:10, ou seja 90% de insulina lenta ou
intermediária e 10% de insulina rápida ou ultrarrápida. Eles também pode
ter outras proporções, como 50:50 e 70:30.
Aplicação da insulina
A insulina deve ser aplicada diretamente no tecido subcutâneo (camada de
células de gordura), logo abaixo da pele. A espessura da pele gira em
torno de 1,9 a 2,4 milímetros (mm) nos locais de aplicação da
insulina.
As agulhas utilizadas podem ter 4, 5, 6 ou, no máximo, 8 mm. O ângulo
de aplicação varia em função da quantidade de gordura da área de
aplicação do paciente com diabetes. Por exemplo, no caso de uma pessoa
magra e com pouca gordura na região de aplicação, corre-se maior risco
de atingir os músculos quando se utiliza agulha mais longa e ângulo de
aplicação de 90° em relação à superfície da pele. Nesses casos, pode-se
optar por uma agulha mais curta, fazer uma prega cutânea (de pele) e
aplicar em ângulo de 45°. Lembrando que a prega na pele para quem tem
diabetes é utilizada a fim de evitar que a agulha atinja os músculos que
se situam logo abaixo do tecido adiposo, pois nesse local a insulina
pode ser absorvida mais rapidamente. Deve haver um rodízio entre os
locais de aplicação, pois essa conduta diminui o risco de complicações
na região da aplicação, tal como a hipertrofia (pontos endurecidos
abaixo da pele) ou atrofia (depressões no relevo da pele ocasionado por
perda de gordura). O ideal é aguardar 20 a 30 dias para voltar a aplicar
no mesmo ponto. A distância entre dois pontos de aplicação deve ser de
mais ou menos três centímetros (dois dedos). No abdome, as insulinas
podem ser absorvidas de forma mais rápida do que nos braços e coxas. A
escolha das agulhas pode seguir as seguintes recomendações:
Para os adultos
- Agulhas com 4, 5 ou 6 mm podem ser usadas por adultos obesos
e não obesos e, geralmente, não requerem a realização de prega cutânea,
especialmente para as agulhas de 4 mm
- Em geral, quando são usadas agulhas curtas (4, 5 ou 6 mm),
as aplicações deveriam ser feitas em ângulo 90°. Contudo, quando a
aplicação for realizada nos membros ou em abdomes magros, uma prega
cutânea pode ser feita para garantir que não haja injeção intramuscular,
mesmo com agulhas de 4 e 5 mm. Neste caso, as injeções com agulha de 6
mm só deveriam ser usadas com a realização de uma prega cutânea ou em
ângulo de 45°
- Não há razão médica para usar agulhas mais longas do que 8 mm.
Para as criança e crianças e os adolescentes
- Agulhas com 4, 5 ou 6 mm podem ser utilizadas. Não há razão médica para usar agulhas mais longas
- Crianças e adolescentes com diabetes magros e aqueles que
injetam em braços e pernas podem precisar fazer uma prega cutânea,
especialmente quando são usadas agulhas de 5 ou 6 mm. Quando for usada
uma agulha de 6 mm, a aplicação com ângulo de 45º pode ser realizada no
lugar da prega cutânea
- Para a maioria das crianças, exceto aquelas muito magras,
uma agulha de 4 mm pode ser inserida a 90º sem necessidade de prega
cutânea. Se apenas uma agulha de 8 mm estiver disponível (que pode
acontecer com usuários de seringas), realizar a prega cutânea e, além
disso, inserir a agulha em ângulo de 45º.
Para as gestantes
- O aparecimento de ecmoses (manchas roxas) é comum no local de aplicação de insulina
- As agulhas curtas (4, 5 ou 6 mm) podem ser usadas pelas gestantes
- Quando apenas uma agulha de 8 mm estiver disponível, a
região do abdome deve ser evitada e a aplicação realizada com a prega
cutânea e em ângulo de 45°
- É prudente realizar a prega cutânea em todos os locais de aplicação
- Para evitar complicações, recomenda-se evitar a aplicação
de insulina na região abdominal, especialmente ao redor do umbigo, no
último trimestre da gestação. Recomenda-se a aplicação de insulina na
região glútea (nádegas) para as gestantes magras. A região dos flancos
do abdome pode ser usada, também, desde que se faça a prega cutânea.
Os melhores locais para a aplicação de insulina são:
- Abdome (barriga)
- Coxa (frente e lateral externa)
- Braço (parte posterior do terço superior)
- Região da cintura
- Glúteo (parte superior e lateral das nádegas).
Passo-a-passo no momento de aplicação da insulina:
- Separe todo do material: insulinas prescritas, seringa, agulha, algodão e álcool
- Lave bem as mãos com água e sabão
- Em seguida, limpe os locais de aplicação com algodão
embebido em álcool. O ideal é utilizar uma nova seringa e agulha em cada
aplicação
- As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser suavemente
misturadas, rolando o frasco entre as mãos aproximadamente 20 vezes, sem
agitar o frasco, até o líquido ficar leitoso e homogêneo. Esse
procedimento não é necessário para as insulinas transparentes
- Limpe a tampa de borracha da parte superior dos frascos com algodão embebido em álcool em um sentido único
- Aspire uma quantidade de ar para dentro da seringa igual aquela prescrita mantendo a agulha tampada com a sua capa de plástico
- Retire a capa da agulha e apoie o frasco em uma superfície
plana. Introduza a agulha através da tampa de borracha do frasco de
insulina e injete o ar que está dentro da seringa para dentro do frasco
- Vire o frasco de cabeça para baixo e aspire a quantidade de
insulina prescrita. Se houver bolhas na seringa, injetar a insulina de
volta no frasco e repetir o procedimento
- Retire a agulha do frasco
- Limpe o local escolhido passando o algodão embebido em
álcool sobre a pele sempre em um único sentido. Após passar o álcool,
não aplicar a insulina até que a pele esteja completamente seca
- Com a seringa entre os dedos, como se fosse uma caneta,
deve-se fazer um movimento rápido em direção à pele (movimento de
arremesso de um dardo) em ângulo de 90º ou 45º conforme orientado. Fazer
a prega cutânea quando necessário. Já a injeção da insulina deve ser
feita de maneira lenta. Aplicar a insulina na temperatura ambiente ajuda
a reduzir a dor durante a aplicação. O ideal é retirar o frasco de
insulina da geladeira 15 minutos antes da aplicação
- Retire a agulha da pele e pressione o local suavemente com
um algodão seco. Não se deve fazer massagem na região de aplicação, pois
isso pode aumentar o fluxo sanguíneo e alterar a absorção da insulina.
Tampe imediatamente a agulha com a capa para evitar contaminação a
acidentes
- O uso das canetas deve ser realizado de acordo com as
instruções do fabricante de cada uma delas. Seu uso deve ser restrito a
apenas um paciente. As agulhas devem ser imediatamente desconectadas da
caneta e descartadas após a aplicação e usadas apenas uma vez para
evitar contaminação e infecção. Após a aplicação da insulina, conte até
10 (dez segundos) para retirar da agulha. Quando forem aplicadas doses
maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar que
parte da insulina volte para a superfície da pele quando a agulha for
retirada. Essa contagem não é necessária para aplicação com seringas.
A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para
aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada,
preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e
reduzir o risco de hipoglicemia. O aparecimento de ecmoses (manchas
roxas) é comum no local de aplicação de insulina. Elas são decorrentes
do extravasamento de sangue quando vasos sanguíneos são perfurados pela
agulha.
Maneire no consumo de bebidas alcoólicas
O consumo de álcool não é proibido, mas deve ser moderado e sempre
acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar
hipoglicemia. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome
excessiva, irritação e dores de cabeça. Também é importante fazer o
monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas.
Cuidado com cervejas e bebidas doces ou à base de carboidratos. Elas
têm alto índice glicêmico e podem trazer problemas.
Evite saunas e escalda pés
O diabetes afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias
(arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e
os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição
às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou
desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos. Além
disso, o diabetes afeta a sensibilidade dos pés, e a pessoa pode não
perceber a água muito quente ao fazer escalda pés.
Aumente os cuidados com os olhos
As células da córnea do paciente com diabetes não têm a aderência que se
encontra na maioria daqueles que não tem diabetes. Essa fragilidade é a
porta de entrada para uma série de infecções oportunistas e doenças
como catarata e glaucoma.
Controle o estresse
Pessoas com diabetes têm maiores chances de ter ansiedade e depressão.
Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao
controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de
peso.
Corte o cigarro
Diabetes e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto.
As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura
nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo
sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope.
Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com
diabetes.
Cuide da saúde bucal
A higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes é
fundamental. Isso porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta
concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de
bactérias. Por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba também
recebe diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de
comida, favorecem a proliferação de bactérias. Realizar uma boa
escovação e ir ao dentista uma vez a cada seis meses é essencial.
Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é suspeito para diabetes.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda como critério de diagnóstico de diabetes mellitus as seguintes condições:
- Hemoglobina glicada maior que 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados)
- Uma dosagem de hemoglobina glicada associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl na presença de sintomas de diabetes
- Sintomas de urina e sede intensas, perda de peso apesar de ingestão alimentar, com glicemia fora do jejum maior que 200mg/dl
- Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em pelo menos duas amostras em dias diferentes
- Glicemia maior que 200 mg/dl duas horas após ingestão de 75g de glicose.
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