A lipoaspiração ou lipossucção consiste na remoção cirúrgica de
gordura subcutânea, por meio de cânulas submetidas a uma pressão
negativa e introduzida por pequenas incisões na pele.
A lipossucção
foi desenvolvida por Giorgio Fisher e seu pai, Arpad, entre 1974 e 1976,
quando publicaram seu primeiro trabalho. Mais tarde foi aprimorada e
divulgada por Illouz e Fournier, em Paris. Lawrence Field em 1977 foi o primeiro norte-americano a visitar a Europa para estudar a lipoaspiração.
A lipoaspiração corresponde atualmente a uma técnica simples, rápida,
pouco dispendiosa e, quando bem indicada, isto é, em adultos saudáveis
com gordura localizada, apresenta excelentes resultados.
No passado
as lipoaspirações eram realizadas pelo método "seco", sem nenhuma
infiltração líquida(solução, contendo baixa concentração de lidocaína,
epinefrina e bicarbonato de sódio com objetivos anestésicos e
hemostáticos.), provocando sangramento intenso, com sérias complicações
pós-operatórias - hematomas, infecções, embolia gordurosa, trombose e
perfurações. Em 1987 Jeffrey Klein publicou a técnica "tumescente" com a
utilização da solução de Klein, tornando possível realizar cirurgias de
lipoaspiração com anestesia local, de forma segura, dispensando a
anestesia geral, de maior risco cirúrgico, dispendiosa e que demanda
sofisticada retaguarda técnica e profissional.
As cânulas também
evoluíram a medida que houve necessidade de diminuir a incidência de
seqüelas deixadas, como a formação de sulcos e depressão nos tecidos,
que se dava pelo excesso de tecido gorduroso retirado.
Para uma melhor recuperação pós cirúrgica, as intervenções
fisioterapêuticas devem iniciar desde o pré operatório, com uma
minuciosa anamnese e exames físicos, cinesioterapia, massoterapia,
eletroterapia e atividade física focando bastante o fator aeróbio.
PRÉ OPERATÓRIO
Cinesioterapia:Avaliação postural e
sua respectiva intervenção, distúrbios posturais, além de inestético,
também podem ser indicadores de fraqueza ou desequilíbrio muscular, um
exemplo clássico é a protusão abdominal que dá origem a famosa barriga
postural.
Outra função importante do abdominal é a participação na
expiração forçada,TOSSE, evitando complicações respiratórias, devido ao
acumulo de secreções. Alongamento muscular. A atividade física pode
ainda incrementar a circulação sanguínea e linfática, vitais no reparo
tecidual.
Massoterapia: Objetivo de incrementar a circulação
linfática e sanguínea, melhorar a penetração de produtos nutritivos e
hidratantes preparando a pele para a cirurgia, conscientização postural e
relaxamento global, diminuindo o stress físico e mental.
Eletroterapia: Pode atuar como auxiliar no incremento do metabolismo basal e fortalecimento muscular.
PÓS OPERATÓRIO
TENS:
Analgesia, dor aguda TENS alta freqüência 75-200Hz, curto período de
analgesia pós aplicação. Dor Crônica Baixa freqüência menos 25Hz maior
período de analgesia pós aplicação.
CRIOTERAPIA: uso nas primeira
24h pós operatório proporciona redução do edema, hemorragia e se for
aplicado por mais de 15minutos analgésica. Os efeitos também variam de
acordo com a fase inflamatória, aguda, reparo e remodelação.
RICE: repouso- gelo- compressão( drenagem linfática, uso de cintas pós 42 ou 72horas) eelevação.
Terapia
do esparadrapo: toda cirurgia por menor que seja gera um hematoma que
se não for bem tratado pode dar origem a fibroses de variados graus.
Diversas técnicas são utilizadas para auxiliar a reabsorção do hematoma
dentre elas estão o ultra-som, a corrente galvânica e atualmente a
técnica do esparadrapo, dentre outras. Está técnica se basea no
principio de estimulação exteroceptiva, técnica fundamentada na fusão de
conhecimentos cinesioterapeuticos e da acupuntura. A técnica se dá pela
colagem de fitas adesivas em espiral ou de reprogramadores, que geram
efeitos importantes na reabsorção do edema e do hematoma.
Hematoma!
Atenção
especial para a cicatrização: com a formação da cicatriz há uma
alteração morfológica nos exteroceptores do local, tornando-os
patológicos, com isso o corpo tende a a evitar o estiramento destes
exteroceptores, gerando desvios posturais e ou biomecânicos dos
movimentos. Segundo a medicina tradicional chinesa, as cicatrizes geram
uma perturbação no fluxo do meridiano onde há a cicatriz.
Laser:
Apresenta grandes benefícios na aplicação pos operatória, sendo
responsável pelo desencadeamento de respostas como o aumento na tensão
de ruptura de cicatrizes, modificação na motricidade do Sis. Linfático,
possibilidade de angiogenese, assepsia e ótimos resultados em cicatrizes
eritematosas, hipertróficas e pigmentadas.
Atividade física:
cinesioterapia passiva, ativo assistida e passiva. Pode ser aplicada
desde que não gere tensão sobre a cicatriz, sendo assim a atividade
moderada promove uma drenagem linfocinética e acelera a cicatrização.
Porém
já aviso, lipoaspiração só reduz, não impede que a gordurinha tanto
odiada retorne com sede ce vingança, por isso adote uma alimentação
adequada e pratique uma atividade física regularmente,não esqueça de dar
uma passada na sua nutricionista e converse com seu educador físico
FICADICA
Existem
varias outras tecnicas principalmente com eletroterapia, como ultra som
corrente galvanica e varias outras, os recursos terapeuticos manuais
também são de grande valia, como a massagem trasnversa de Cyriax, a
drenagem linfática, manipulações e muitas outras.
Referencias:
GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia Dermato Funcional 3ºed
Bandagem para Esporão de Calcâneo e Fascite Plantar
A
dor no calcanhar é uma queixa relativamente comum na população geral, e
mais comum ainda nos consultórios de fisioterapia. A fascite plantar é
uma síndrome degenerativa da fáscia plantar geralmente resultante de
microtraumatismos de repetição na sua inserção.
A etiologia
aparentemente é multifatorial, sendo o componente mecânico
frequentemente relacionado à origem dos sintomas. Acredita-se que as
forças de tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo
inflamatório, conseqüente periostite de baixo grau resultando em
calcificação periosteal ou a formação do esporão. No entanto, a fascite
plantar pode também estar associada a doenças sistêmicas, principalmente
as de origem inflamatória.
O pé plano valgo pode favorecer o
aparecimento da fasciíte plantar, pois aumenta a solicitação mecânica
nessa estrutura. Porém, o pé cavo aumenta a pressão na tuberosidade
inferior do calcâneo, podendo também favorecer esta ocorrência.
Aproximadamente 50% dos paciente com diagnóstico de fasciíte plantar tem também esporão de calcâneo.
[DeMaio M, Paine R, Mangaine RE, Drez D Jr. Plantar fasciitis. Orthopedics 1993;16:1153-1163]
pé varo
O termo bandagem funcional refere-se à aplicação de algum tipo de
fita protetora que adere à pele de determinada articulação. A bandagem
quando aplicada corretamente, proporciona proteção e compressão. Neste
post, irei ensinar a fazer uma bandagem extremamente simples que ajuda e
muito no alívio dos sintomas causados por uma fascite plantar/esporão
de calcâneo.
O que vamos precisar:
#1-
Um rolo de esparadrapo impermeável Cremer (não ganho jabá da cremer,
acontece que as outras marcas tem uma cola muito da vagabunda) pode ser
branco ou cor de pele, tanto faz.
#2- Um rolo de esparadrapo antialérgico da mesma marca.
#3- Em alguns casos um barbeador pode ser útil.
OBS: quem tiver rolo de tape gringo específico para bandagem funcional pode usar também ;P
Muito
bem, antes de iniciar a bandagem sugiro avaliar alguns movimentos do
paciente que reproduzam a queixa ou que causem dores no tornozelo. Desta
forma você terá um parâmetro de comparação antes/depois da bandagem e
assim saber se o procedimento foi bem sucedido. Eu aconselho alguns
movimentos bem simpes como andar na ponta dos dedos ou sobre os
calcanhares e em casos um pouco mais leves saltar e aterrisar sobre os
calcanhares (somente nos casos leves onde é difícil reproduzir a dor do
paciente!!!!!!!!!)
Importante:
Esta bandagem é um recurso para
alívio da dor, e deve ser sempre utilizada em conjunto com o
atendimento de fisioterapia e nunca em substituição a este!
INDICAÇÕES DA BANDAGEM:
=>
Dor no aspecto medial ou lateral do tendão de Aquiles, dor na planta do
pé. Principalmente em casos de dor mais intensa quando a aplicação do
método Mulligan tenha gerado alívio dos sintomas
FUNÇÃO
=>
Pacientes com é varo ou valgo causam um desvio no tendão de aquiles,
fazendo com que ele tenha um aspecto encurvado, e portanto, mais
vulnerável à lesões.
A bandagem reduz a sobrecarga mecânica sobre o
aspecto medial ou lateral do tendão (depende se o pé é varo ou valgo),
alterando a transmissão das forças de tensão sobre o tendão.
POSIÇÃO DO PACIENTE
=> em prono, com os pés relaxados para fora da maca.
APLICAÇÃO (como exemplo usaremos um paciente com pé varo)
1-Aplique
o esparadrapo antialérgico (uma tira de mais ou menos 3 dedos de
largura e 15 cm de comprimento) no aspecto lateral do tendão e
tracione-o medialmente.
2-Ajude com seu dedo, desviando ainda mais o
tendão medialmente de forma a tentar posicioná-lo em uma posição neutra,
corrigindo a convexidade.
3-Após aplicar esta primeira tira, aplique
sobre ela uma segunda tira agora utilizando o espoaradrapo impermeável,
repetindo o mesmo porcedimento do item "2".
CHEQUE A FUNÇÃO
Lembra
daqueles testes que eu pedi pra você fazer com seu paciente? Pois bem,
hora de repetí-los. Se a bandagem foi aplicada corretamente o paciente
deverá sentir alívio dos sintomas, algumas vezes alívio total, mas fique
contente com uma melhora de 50%.
CONTRA INDICAÇÕES
Se o esparadrapo aumentar a dor retire-o imediatamente.
O esparadrapo deve ser retirado em 48hs (normalmente ele sai antes disso) ou a qualquer sinal de irritação da pele (alergia)
DICA
Por
ser um procedimento extremamente fácil, é útil treinar alguém da
família do paciente para que seja feita bandagem em sua própria casa.
Fonte: http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/2008/12/bandagem-para-esporo-de-calcaneo-e.html
A aplicação da bandagem funcional depende de vários fatores
A disposição, colocação e tensão destas fitas variam de acordo com o objetivo e a anatomia da parte do corpo a ser tratada.
A eficácia da bandagem depende da técnica de aplicação, do tipo de
material, do tempo de utilização e do tipo de prática esportiva, ou
seja, é necessário conhecer o mecanismo que causou a lesão e as
estruturas envolvidas no movimento que o terapeuta quer evitar,
facilitar ou potencializar.
Outros objetivos da bandagem funcional também podem ser alcançados:
- Corrigir a biomecânica de uma articulação ou tecido;
- Comprimir uma lesão recente para reduzir o edema e evitar dor;
- Limitar movimentos articulares não desejados ou potencializar movimentos articulares desejados;
- Facilitar o processo de cicatrização sem estressar as estruturas lesadas;
- Proteger ou dar suporte as estruturas lesadas numa posição funcional
durante os exercícios, além de prevenir a reincidência da lesão.
Cuidados na utilização da bandagem funcional
Alguns riscos devem ser evitados, no caso de um atleta de alto
rendimento, a bandagem irá permitir o retorno precoce aos treinos e a
prática esportiva. Isso deve ser bem ponderado para evitar que se
lesione novamente e que esta lesão seja em maior extensão do que a
primeira. Por isso o fisioterapeuta deve acompanhar este retorno a
prática esportiva e avaliar a necessidade de reaplicação ou
reposicionamento das bandagens, uma vez que dependendo de como ela é
aplicada a resposta articular e/ou muscular é diferente.
Bandagem funcional como o Kinesio taping é indicado também para não atletas
Na prática clínica muitos pacientes não atletas também são submetidos
a este recurso de reabilitação mesmo que pesquisas científicas ainda
não consigam provar os benefícios, pois é difícil mensurar o nível de
dor (que é diferente para cada pessoa) e se ocorre ou não um efeito
placebo após a aplicação das bandagens. Ainda não se sabe também se os
resultados obtidos por esta terapia são causados por efeito mecânico ou
neuromuscular.
Apesar disso, quando usada corretamente, no contexto da patologia do
paciente, presença de dor e da deficiência de movimento, surgem sim
melhoras clínicas. Também é notória a confiança que o paciente tem e a
segurança que demonstra ao praticar seu esporte ou em suas atividades
diárias, uma grande conquista para o fisioterapeuta e para o paciente.
Read more:
http://www.fiqueinforma.com/colunistas/kinesio-taping-o-que-e/#ixzz2EaA5gOis
Há diferentes opiniões quanto à etiologia e o tipo de intervenção a adotar nos casos de epicondilite lateral do cotovelo.
V
Nirschl
(1992) acreditava que a afecção é extra-articular na aponeurose dos
tendões extensores e no espaço subaponeurótico triangular há a cirurgia
para a liberação e o realinhamento das aponeuroses do extensor comum e
do extensor radial curto do carpo, bem como a exploração do espaço
subaponeurótico.
Mas inicialmente e principalmente mais frequentemente vamos pensar em tratamento conservador.
Osgood
(1922) a sugestão de que a inflamação da bursa radioumeral seria a
causa primária da afecção, enquanto Trethowan (1929) a correlacionou com
a sinovite do cotovelo e Cyriax (1932) afirmou tratar-se de lesão do
tendão do extensor radial curto do carpo, na sua origem no epicôndilo
lateral, a causa da dor.
Bosworth(1965) enfatizou que a
inflamação ou fibrose do ligamento anular é a causa da epicondilite
lateral, supondo que tais alterações seriam causadas pela repetida
rotação de uma cabeça do rádio assimétrica.
Já Garden (1961)
responsabilizou a periostite traumática na origem do extensor radial
curto do carpo, ocasionada por repetidas extensões do punho e supinação
do antebraço como causa da epicondilite lateral do cotovelo.
Kaplan (1959) correlacionou a compressão dos ramos pericapsulares do nervo radial com os sintomas.
Mulligan (1993) fala de uma falha posicional do complexo do cotovelo.
Há diferentes opiniões quanto à etiologia e a adotar nos casos de epicondilite lateral do cotovelo.
Devemos estar atentos a diagnósticos diferenciais que com freqüência
podem ser confundidos com a epicondilite lateral: as instabilidades
articulares crônicas, a síndrome do duplo esmagamento com a compressão
do ramo motor profundo do nervo radial na arcada de Frohse, no músculo
supinador.
O objetivo desse blog não é ensinar protocolos de
tratamento, mas sim abrir horizontes, expondo outros tipos de tratamento
evidenciados clinicamente.
O objetivo é apenas melhor embasar o
fisioterapeuta, para que este possa avaliar e planejar melhor o
protocolo que irá utilizar. Devemos ter um pensamento inicialmente
ergonômico para evitar que algum fator desencadeador dificulte a
evolução do tratamento.
Entretanto, uma abordagem que utilizo e
vi bastante eficaz, é a técnica da crochetagem, o mulligan (na posição
em que o paciente apresenta o sintoma), a mobilização neural e
exercícios de fortalecimento para essa musculatura.
Sempre baseando-se nos achados na avaliação!
Eu
estava lendo um outro blog - Manual Therapy Mentor (está nos links ao
lado) que apresentou uma abordagem interessante de retreinamento de
músculos específicos, estabilizadores locais e globais do cotovelo.
Essa abordagem é baseada nos princípios da Sahrmann de disfunções do movimento e de disfunções no controle motor.
Por
exemplo: a dominância do músculo Extensor Radial Longo do Carpo (ERLC),
sobre o Braquial e o Braquiorradial como flexor do cotovelo,
sobrecarregando a inserção dos extensores comuns do punho, no epicôndilo
lateral, podendo resultar em dor na flexão do cotovelo que pode levar
diminuição da ADM do cotovelo.
Estabilizadores Locais -
Ancôneo (fibras profundas) - são
ativadas durante a pronação, supinação e extensão do cotovelo,
promovendo estabilidade as articulações ulnoumeral e radioumeral.
Pronador
Quadrado (fibras profundas) - está ativo durante a pronação e a
supinação, sendo importante na estabilidade da articulação radioulnar
distal.
Supinador (fibras radiais e ulnares profundas) - está
ativo durante a supinação e pronação, estabilizando a articulação
radioulnar proximal e radioumeral .
Estabilizadores Globais (produzem estabilidade durante a AMD) -
Braquial,
Braquiorradial, Tríceps Braquial, Ancôneo (fibras superficiais),
Supinador (fibras superficiais), Pronador Quadrado (fibras
superficiais), Extensores e Flexores Ulnar do Carpo.
Ref.
http://www.manualtherapymentor.com/2010/05/25/when-manual-therapy-techniques-are-not-enough/
Sahrmann S. Diagnosis and treatment of movement impairment syndromes. St. Louis, Mo.; London: Mosby; 2002
Magee, D. J.; Avaliação Músculo esquelética. Manole:2005. 4 ed. São Paulo.
Artigos
As tendinopatias são uma das lesões mais comuns no esporte pelo
estresse e força gerada no tendão durante as atividades esportivas, o
que aumenta o risco de lesões.
Movimentos repetitivos de determinados segmentos corporais e/ou
posturas anormais que modificam o padrão normal das forças que o tendão
pode suportar, são exemplos claros de mecanismos facilitadores de lesão
tendínea. A lesão tendínea que resulta de fatores externos é comumente
denominada deoveruse ou lesão por excesso de uso.
O tendão pode ser danificado por três fatores, tensão, compressão
e/ou abrasão. O mesmo é pouco vascularizado e possui baixa taxa
metabólica, necessitando de um tempo maior para resíntese de colágeno,
diminuindo dessa forma seu processo de recuperação após a ocorrência de
lesões.
Estudos histológicos de tendões utilizando ultrasom diagnóstico e
Doppler apresentaram áreas de neovascularização no tendão. Foram
avaliados tendões de calcâneo, patelar, extensores do carpo, porção
longa do bíceps, supra-espinal, bíceps femoral... Um desses estudos
realizou um bloqueio neural mediante um anestésico local injetado na
área que apresentava neovascularização o que eliminou a dor
temporariamente. Estudos com análise imunohistoquímica que demonstraram a
presença de estruturas nervosas adjacentes aos neovasos sendo que as
mesmas não foram encontradas nos controles.
Os autores concluíram que tais estruturas nervosas que acompanham
os neovasos estão implicadas na dor presente nas tendinopatias.
Diversos estudos com análise histológica dos tendões normais e com
tendinopatias, apresentam evidências cientificas suficientes para
afirmar que a patologia do tendão não é do tipo inflamatório mas sim
degenerativo, como se demonstram os resultados das biópsias e os estudos
radiológicos (ausência de infiltrado celular inflamatório e degeneração
colágena) e ainda existe uma correlação entre a neovascularização e as
mudanças estruturais e a dor nas tendinopatias.
Na literatura atual existem inúmeros artigos sobre a eficácia da
utilização de exercícios excêntricos no tratamento das tendinopatias. Os
resultados são bem eficazes, normalizando a função, reduzindo/abolindo a
dor e melhorando a estrutura histológica do tendão. Os principais
autores que estudam as tendinopatias são H. Alfredson, J. Cook, dentre
outros.
Baseado na literatura estudada pode-se concluir que o exercício
excêntrico é um meio de tratamento eficaz para as tendinopatias, com
exceção da tendinose de inserção do tendão de Aquiles.
A evidência sugere que o exercício excêntrico contribui para
melhorar as tendinopatias dos membros inferiores, possivelmente mediante
a isquemia nos neovasos e reorganização colágena.
O tratamento excêntrico utilizado é com altas cargas, sempre
sintomático, antes do ponto de incapacidade funcional. O protocolo
padrão mais utilizado é : 3 x 15 repetições, duas vezes ao dia, sete
dias por semana. A duração média do tratamento é de 8 a 12 semanas. O
exercício deve ser realizado lentamente, deve-se aumentar a carga quando
a dor for mínima ou ausente.
Outra técnica que apresenta boa resposta no tratamento das tendinopatias é a crochetagem.
A Crochetagem é uma técnica manipulativa fisioterapêutica, baseada
na utilização de ganchos para o tratamento dos tecidos lesionados. Tem
como objetivo remover aderências e/ou fibrose do tecido miofascial
ocasionadas por disfunções mecânicas.
A manipulação através do gancho sobre o tecido cutâneo promove
realinhamento e restaura o movimento entre as fibras do tecido
miofascial, restaurando assim, as características anatômicas. A
crochetagem tem apresentado bons resultados no tratamento das
tendinopatias, pois promove uma hiperemia profunda melhorando a nutrição
tecidual e otimizando a recuperação, visto que o tendão é pouco
vascularizado, auxiliando na retirada de metabólitos do local, além de
promover um realinhamento
Outra técnica que apresenta bons resultados na abordagem de
tratemento das tendinopatias é a Kinesio Taping, melhorando a
vascularização local, corrigindo disfunções fasciais e reduzindo as
tensões imposta no tendão, visto que dificilmente um atleta irá ficar 10
semanas tratando uma lesão sem treinar ou competir, a não ser que esta
limite consideravelmente sua capacidade funcional.
A fisioterapia desportiva tem como objetivo identificar alterações
biomecânicas do movimento, avaliar as condições fisiológicas do atleta e
intervir precocemente, atuando de forma preventiva a possíveis lesões
ou mecanismos lesionais conhecidos.
A fisioterapia desportiva deve utilizar todas as abordagens de tratamento disponíveis para otimizar o tratamento deste atleta.
Referências:
Alfredson H, Pietilä T, Jonsson P, Lorentzon R. Heavy-load
eccentric calf muscle training for the treatment of chronic Achilles
tendinosis. Am J Sports Med.26(3):360-366.
Chang H, Burke A, Glass R. JAMA patient page. Achilles tendinopathy. JAMA. Jan 2010;303(2):188.
Narici M, Maganaris C. Adaptability of elderly human muscles and tendons to increased loading. J Anat. Apr 2006;208(4):433-443.
Wasielewski
N, Kotsko K. Does eccentric exercise reduce pain and improve strength
in physically active adults with symptomatic lower extremity tendinosis?
A systematic review. J Athl Train.42(3):409-421.
Uma das lesões mais comuns em remadores é a lombalgia mecânica com
incidência de 38.4%, sendo considerado o maior fator de afastamento dos
treinos.
Durante 70% do movimento do remo o atleta está em postura de flexão
lombar. Foram registradas angulações de até 55° acima do máximo de
flexão considerada fisiológica. Em uma sessão de treino apenas, de 90
minutos de duração, foram registrados aproximadamente 1800 ciclos de
flexão lombar.
As lesões de remadores são atribuídas principalmente à baixa
qualidade técnica. Como o remo é um esporte com ciclos de movimento
repetitivo, esta biomecânica ineficiente pode ser considerada um fator
predisponente as lesões.
A coluna funciona corretamente, graças ao controle e ao suporte fornecido pela musculatura estabilizadora do tronco.
A disfunção do movimento se instala, caracteristicamente pelo tipo
de postura prolongada ou os movimentos que o atleta realiza ao longo do
dia.
A disfunção da coluna vertebral é a conseqüência de microtraumas
cumulativos, cuja causa são as alterações posturais, a falta de controle
dos músculos estabilizadores da coluna e aos padrões de movimento da
coluna.
“Em caso de disfunção, nosso principal objetivo consistirá em
determinar o sentido do alinhamento, do estresse ou do movimento da
coluna que regularmente desencadeia ou agrava os sintomas do paciente.”
S. Sahrmann
Comumente o local sede dos sintomas é o especialmente mais
suscetível ao movimento, por tornar-se mais flexível que os outros
pontos no qual acontecem os movimentos. Isto aumenta conseqüentemente, a
flexibilidade no local que está sujeito aos movimentos repetitivos.
Esse princípio segue a lei da física: o movimento se realiza no sentido
de menor resistência.
Realizando a correção, a coluna deixa de ficar sujeita aos estresses lesivos nos tecidos.
Os pontos-chave na prevenção e no tratamento da disfunção da coluna
lombar são: a musculatura do tronco precisa manter a coluna e a pelve
no melhor alinhamento possível; deve-se evitar excesso de movimento na
coluna. Para isso, os músculos precisam ter o comprimento e a força
adequados e precisam ser capazes de executar o padrão correto de
atividades.
Durante os movimentos dos membros, os músculos do tronco precisam
entrar em contração isométrica ideal para estabilizar corretamente as
inserções proximais dos músculos dos membros.
O exame diagnóstico para a disfunção do movimento requer uma
combinação de testes, a fim de determinar os fatores que contribuem para
a disfunção, a partir daí, utilizar os testes positivos assim como
correções posturais como método de tratamento dessas disfunções.
O diagnóstico das disfunções é baseado nos movimentos ou testes que
provoquem ou agravem os sintomas e nos movimentos de tronco ou membros
que induzam um movimento compensatório na coluna. Ex: paciente sentado
realizando extensão unilateral do joelho, esse movimento pode levar a
uma rotação posterior da pelve e conseqüente flexão lombar.
A estabilização utilizando bandagens fixas ou elásticas,
além de um programa capaz de corrigir as disfunções dos tecidos moles
que contribuem para o estresse imposto à articulação em questão (o
excesso de flexibilidade dos extensores de tronco, a rigidez da
musculatura glútea, a fraqueza dos oblíquos externos, por exemplo), são
meios eficazes para corrigir a disfunção.
Sistema de Classificação de Subgrupos para a Dor Lombar, Facilitando a Abordagem Fisioterapêutica
Dados sugerem que após um episódio de dor lombar, o problema
persiste e pode demorar até 1 ano para o paciente se recuperar
totalmente, sendo comum a reincidiva da lombalgia. Provavelmente porque a
maioria das disfunções da coluna é a conseqüência de microtraumas
cumulativos, devido as alterações posturais, conseqüente falta de
estabilização e aos padrões adotados de movimentos da coluna.
Enquanto
os fatores que contribuem para as estratégias de movimento utilizadas
pelo paciente não forem modificadas, a dor lombar irá persistir ou
retornar. Essas deficiências deixam de se instalar quando a coluna
funciona corretamente, graças ao controle e ao suporte isométrico
equilibrado que lhes são conferidos pela musculatura do tronco.
O
alinhamento da coluna afeta as forças que atuam sobre ela, assim como o
grau de atividade muscular. A restrição da mobilidade de uma parte da
coluna leva ao aumento dos movimentos de outra parte da coluna.
Devido
a isso, a maioria das disfunções da coluna deve-se ao excesso de
flexibilidade em determinados segmentos. A diminuição da flexibilidade
de alguns segmentos contribui invariavelmente para a mobilidade
compensatória na região de maior mobilidade, no caso a coluna lombar.
Apesar
do alto custo associado com o comportamento dos sintomas e freqüentes
reincidivas da dor lombar, ainda existem poucas evidências sobre o
assunto.
Alguns autores sugerem que a falta de evidências existe
devido aos estudos sobre dor lombar utilizarem grupos heterogêneos, se
fazendo necessário um sistema de classificação mais homogêneo.
Essa
necessidade de classificar pacientes com dor lombar em subgrupos
homogêneos tem recebida muita atenção na literatura recente, facilitando
a abordagem do tratamento.
Até a presente data, nenhum sistema
de classificação foi considerado aplicável em todos os pacientes com
dor lombar, sendo ainda necessárias mais pesquisas sobre o assunto.
Um sistema de classificação de dor lombar é das Síndromes de Disfunção dos Movimentos (SDM), descrito pela S.A. Sahrmann.
O
SDM possui 5 subgrupos relacionados a dor lombar que são consideradas
as mais encontradas na prática clinica. As categorias são denominadas
baseadas na postura ou na direção do movimento que costumam provocar os
sintomas. As categorias são: flexão, extensão, rotação e as
combinações, flexão com rotação e extensão com rotação, sendo esta
última a mais encontrada, segundo Sahrmann.
A avaliação para
identificar as disfunções mecânicas que contribuem para a lombalgia do
paciente, inclui testes de movimentos ativos e testes de alinhamento
postural nos quais os sintomas são provocados. O objetivo dos testes é
identificar os movimentos do tronco e dos membros que provocam ou
reduzem os sintomas do paciente.
Baseado nos resultados dos
testes, o programa de tratamento pode ser construído, objetivando os
testes que reduzem os sintomas do paciente e os testes provocativos,
corrigidos. Abaixo eu descrevo um teste e seu teste corretivo.
Sarhmann
baseia seus tratamentos, principalmente em corrigir os testes que
provocaram os sintomas e as disfunções de movimento, ou musculares que
facilitam essas disfunções, por exemplo: um paciente com síndrome de
extensão, comumente apresenta sintomas durante o teste de flexão de
joelho em prono.
Teste - Paciente em prono realizando flexão de
joelho, o teste se dá positivo no momento que o paciente aumenta a
flexão do joelho, aumentando a lordose lombar e gerando a flexão do
quadril, devido ao encurtamento do músculo psoas/reto femoral e da falta
de controle dos abdominais para estabilizar a coluna, provocando os
sintomas.
- Flexão de joelho em prono
|
Posição inicial do teste, deitado em prono |
|
Paciente realiza a flexão de joelho |
|
Note a flexão de quadril e o aumento compensatório da lordose lombar |
No caso do teste ser positivo, provocar os sintomas no
paciente, é realizado o teste corretivo para avaliar se essa disfunção
do movimento é responsável pelos sintomas do paciente. O teste
corretivo, nesse caso, deve impedir o movimento da coluna lombar e
avaliar se os sintomas foram abolidos ou diminuíram, considerando o
teste positivo.
Geralmente essas modificações nos testes
envolvem: (1) restringir o movimento na coluna lombar, encorajando
movimentos da coluna torácica ou dos quadris, ou (2) posicionar a coluna
lombar o mais próximo a posição neutra da coluna para executar o
movimento.
Esses achados são importantes, pois eles sugerem que a
modificação dos testes sintomáticos podem fornecer uma abordagem clínica
para identificar os movimentos ou posturas responsáveis pela manutenção
dos sintomas do paciente, e auxiliar no tratamento deste paciente com
dor lombar.
A teoria no qual se baseia a SDM é que a dor
lombar do paciente se deve a: (1) movimentos do tronco e dos membros que
induzem movimentos excessivos da coluna lombar e (2) posturas
prolongadas da coluna associadas a uma determinada direção.
Esses
movimentos repetitivos e posturas da coluna lombar são o resultado de
estratégias de movimentos e posturas adotadas pelo paciente nas suas
atividades diárias.
Segundo Sarhammn, essas estratégias de
movimento, repetidas, contribuem para modificar o padrão de movimento
(extensibilidade e força muscular e o padrão de ativação muscular -
controle motor), levando ao padrão disfuncional que poderá gerar
microtraumas articulares e nos tecidos, levando aos sintomas do
paciente.
Referências:
Sahrmann S. Diagnosis and treatment of movement impairment syndromes. St. Louis, Mo.; London: Mosby; 2002
Comentários
Postar um comentário
amo a natureza