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-----------------------------------------------------------------------------------------É cíclico. Volta e meia aparecem dietas que prometem fazer a diferença
para quem quer perder uns quilinhos. Na onda do momento, está o
,
que questiona o hábito já consolidado pelos nutricionistas de que é
preciso comer alimentos saudáveis em um intervalo de três em três horas.
A dieta que vem fazendo sucesso no momento, adotada inclusive por
celebridades como
, indica ficar de oito a 12 horas sem ingerir alimentos. Mas quais os riscos e vantagens dessa prática?
O jejum intermitente é uma manobra nutricional de
desistência/privação calórica que preconiza a realização de refeições
com grande intervalo de duração. Algumas pessoas conhecem como “dias
alternados de jejum” ou “jejum periódico de rotina”. Existem basicamente
3 modelos de jejum intermitente que já foram estudados pela literatura:
Alternate Day Fasting (ADF): jejum a cada dois dias e consumo alimentar
à vontade entre os dias de jejum; jejum duas vezes por semana em dias
não consecutivos e ingestão alimentar a cada 12 horas.
O jejum é um estado catabólico. Ou seja, uma condição de baixa
disponibilidade de energia. Consequentemente, é inevitável que ocorra
perda de massa muscular, o que não é benéfico.
Alimentar-se
de 3 em 3 horas não é uma regra. É uma das formas que conhecemos de
organizarmos nossa rotina alimentar. Dieta eficaz é aquela que a pessoa
consegue realizar, que está próxima da realidade dela e que atende sua
rotina de atividades. Para a maioria das pessoas, alimentar-se de 3 em 3
horas é
É cíclico. Volta e meia aparecem dietas que prometem fazer a
diferença para quem quer perder uns quilinhos. Na onda do momento, está o
“jejum intermitente”, que questiona o hábito já
consolidado pelos nutricionistas de que é preciso comer alimentos
saudáveis em um intervalo de três em três horas. A dieta que vem fazendo
sucesso no momento, adotada inclusive por celebridades como
Deborah Secco e Gabriela Pugliese, indica ficar de oito a 12 horas sem ingerir alimentos. Mas quais os riscos e vantagens dessa prática?
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O
Viver Bem conversou com o nutricionista esportivo
Humberto Nicastro,
que explicou como funciona essa dieta. Especialista em Nutrição
Ortomolecular com ênfase em Nutrigenômica, o médico é autor de diversos
artigos científicos internacionais e nacionais na área de nutrição
esportiva com foco em alimentação e suplementação aplicadas ao exercício
e respectivos efeitos terapêuticos. Confira a entrevista:
O que é o jejum intermitente?
O jejum intermitente é uma manobra nutricional de
desistência/privação calórica que preconiza a realização de refeições
com grande intervalo de duração. Algumas pessoas conhecem como “dias
alternados de jejum” ou “jejum periódico de rotina”. Existem basicamente
3 modelos de jejum intermitente que já foram estudados pela literatura:
Alternate Day Fasting (ADF): jejum a cada dois dias e consumo alimentar
à vontade entre os dias de jejum; jejum duas vezes por semana em dias
não consecutivos e ingestão alimentar a cada 12 horas.
Como o jejum atua no organismo de uma pessoa?
O jejum é um estado catabólico. Ou seja, uma condição de baixa
disponibilidade de energia. Consequentemente, é inevitável que ocorra
perda de massa muscular, o que não é benéfico.
A cultura ocidental recomenda a alimentação a cada 3 horas. O que você acha disso?Alimentar-se
de 3 em 3 horas não é uma regra. É uma das formas que conhecemos de
organizarmos nossa rotina alimentar. Dieta eficaz é aquela que a pessoa
consegue realizar, que está próxima da realidade dela e que atende sua
rotina de atividades. Para a maioria das pessoas, alimentar-se de 3 em 3
horas é confortável e executável. Mas, novamente, não é uma regra.
A atriz Deborah Secco emagreceu sete quilos depois de se submeter ao jejum. Foto: Isabel Garcia/Glamour
Como substituir essa cultura por um jejum de 8 a 12 horas, como recomenda o jejum intermitente?
Primeiramente é necessário ter uma justificativa clínica e biológica
para se recomendar o jejum intermitente. Este padrão alimentar foi
estudado em pessoas que possuem síndrome metabólica (hipertensão,
diabetes, dislipidemias, obesidade). Não há estudos bem controlados
demonstrando se é ou não eficaz para, por exemplo, atletas ou pessoas
fisicamente ativas. Para recomendar tal conduta, é preciso avaliar a
real necessidade de cada paciente e se o mesmo consegue realizar. Ou
seja, se é praticável dentro da sua rotina de atividades diárias.
Há benefícios desse tipo de dieta?
Existem benefícios terapêuticos de curto prazo para diabéticos tipo
2, dislipidêmicos, hipertensos e obesos. Os estudos duram de 10 dias a 5
semanas em média. Os resultados mostram uma adequação metabólica para
as patologias descritas. Não há estudos realizados em população saudável
uma vez que não há justificativa para o mesmo.
E riscos?
O principal risco é a perda de massa muscular e, consequentemente, de
força. Além disso, o paciente pode cair em monotonia alimentar e ter
problemas sociais. Afinal, comer e beber é um hábito social.
Não há perigo de déficit nutricional durante o jejum?
Se o paciente fizer por conta, sim. Com acompanhamento nutricional, é possível garantir a ingestão de macro e micronutrientes.
Depois de tantas horas em jejum o que é recomendado comer e quantas calorias?
A necessidade calórica é individualizada. O profissional
nutricionista estabelece com base na avaliação nutricional e nos
cálculos de necessidades individualizadas.
Como a pessoa pode se preparar para esse tipo de dieta?
É necessário se organizar para que, quando for realizar as refeições,
que sejam feitas com alimentos e não com snacks. Também é importante
estar ciente que a sensação de fome poderá ocorrer de modo intenso. O
acompanhamento psicológico pode auxiliar na relação alimento-paciente.
Por quanto tempo é possível manter essa dieta?
Com base nos estudos realizados, o tempo de dieta varia entre 10 dias
e 5 semanas. Não é possível afirmar se mais ou menos tempo seria
eficaz, pois não temos evidências.
Todas as pessoas podem fazer?
Não. É necessário que haja uma justificativa clínica que justifique a
finalidade terapêutica da dieta. Os estudos realizados até o momento
comprovam eficácia em pacientes com síndrome metabólica.
É preciso acompanhamento médico durante esse tipo de dieta?
Qualquer conduta nutricional deve ser acompanhada pelo profissional
nutricionista. O acompanhamento médico paralelo é necessário para
avaliação de outros fatores além da alimentação.
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