O tratamento
O AH é usado injetável com o objetivo de promover um preenchimento
embaixo das rugas e vincos e nas áreas com perda de volume, sintomas que
desaparecem imediatamente após o procedimento já que a substância vai
ocupar o volume de colágeno e gordura perdidos.
A aplicação é
feita no consultório (com uma anestesia local ou anestésico tópico
aplicados previamente) por meio de agulhas bem finas ou cânulas, que
levam a substância até a área a ser preenchida. "O resultado aparece na
hora, mas logo após a aplicação pode ocorrer um inchaço no local que
desaparece entre 24 e 48 horas depois", explica a dermatologista
Patrícia Rittes, de São Paulo. O resultado pode durar de seis meses a
dois anos, vai depender do tipo de ruga que foi tratada, da qualidade do
ácido hialurônico utilizado e do organismo de cada um. Em tempo: o AH é
uma substância naturalmente absorvida pelo corpo, não sendo necessária
sua retirada.
O médico especializado em medicina estética, Paulo
Kogake, de São Paulo, afirma que esse tipo de preenchimento é muito
seguro. "O plano de aplicação deve ser definido no exame local pelo
médico, bem como o tipo de preenchimento e a região a ser tratada, pois
existem diferentes composições e formulações disponíveis no mercado, o
que influencia no resultado desejado. Por exemplo, em sulcos mais
profundos usamos material mais denso; já nos lábios, material menos
denso, para garantir naturalidade", conclui o especialista.
Regiões que podem ser tratadas com sucesso
O preenchimento com ácido hialurônico é tão generoso que pode tratar
praticamente todos os tipos de sinais e vincos. "Como o contorno da
mandíbula (do queixo até a orelha), que compromete o desenho do rosto
denunciando o envelhecimento, vinco nasogeniano (da narina ao canto da
boca), bochechas, pés-de-galinha e queixo. Até o nariz pode ser tratado:
nos casos de ponta caída é possível levantar", explica Patrícia Rittes.
A única ressalva é em relação às rugas entre as sobrancelhas, embora a
maioria dos médicos não seja contra. Elas também podem ser tratadas, mas
com muito critério. "Não se recomenda fazer preenchimento nas rugas
entre os olhos, pois há risco de cegueira, apesar de ser pequeno. Para
esse caso, é indicado sobretudo a toxina botulínica que ameniza a
"expressão de bravo"", justifica o dermatologista Jardis Volpe, de São
Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Lábios
Com a idade os lábios tendem a perder o volume, e assim ficam murchos e
mais finos. Para driblar o problema, o preenchimento com ácido
hialurônico é muito indicado. "Mas como em qualquer outra região do
rosto, é preciso evitar os exageros para não ficar com o chamado "bico
de pato", que são os lábios projetados para frente", ressalta Jardis
Volpe.
Os riscos
Apesar de parecer
simples, o preenchimento com AH requer muito bom senso por parte dos
médicos, pois os riscos existem. "Eles variam desde pequenos nódulos
palpáveis ou aparentes, por acúmulo de produto em algum ponto, até a
perda da naturalidade, quando se injeta em demasia", alerta Volpe. Para
Patrícia Rittes, os danos provenientes do exagero e da aplicação em
local incorreto, além de comprometerem o efeito natural, podem levar os
pacientes a uma fisionomia caricata, com bochechas proeminentes que
parecem de bonecos. O único jeito de fugir dessa armadilha é escolher
com muito rigor o médico. "Seguir a indicação de alguém que tenha feito,
com bons resultados, e pesquisar o currículo do médico pode evitar
surpresas desagradáveis. Recomendo consultar sempre um médico
dermatologista, que seja membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia", ressalta Roberta Vasconcelos.
Cosméticos com ácido hialurônico
Apesar do ácido hialurônico ser um dos mais potentes hidratantes, suas
moléculas são grandes, o que torna difícil a penetração desse ativo na
pele. "Ainda não há comprovação científica que o ácido hialurônico, na
sua forma original, seja capaz de penetrar na pele quando aplicado em
creme", destaca Roberta Vasconcelos, do HC-USP.
Para o
farmacêutico Emiro Khury, de São Paulo, consultor de desenvolvimento da
indústria cosmética, o tamanho da molécula é um problema resolvido.
"Pesquisadores que trabalham com ácido hialurônico descobriram um
artifício para ampliar a sua ação na pele. Por ser um polímero (molécula
formada por muitas unidades iguais coladas umas nas outras), eles
descobriram que algumas enzimas quebram o ácido em unidades de tamanho
médio ou pequeno, preservando sua característica original. Então, nós
formuladores podemos escolher o tipo de ácido hialurônico de acordo com o
benefício do cosmético. Se o objetivo for uma hidratação profunda
usamos ácidos com peso molecular pequeno, se queremos efeitos sensoriais
ou hidratação imediata com proteção para pele usamos pesos moleculares
maiores. Existe ainda a possibilidade de misturar os tipos somando seus
efeitos. Tudo em nível tópico", justifica o especialista.
Obrigada pelas informações sobre preenchimento labial
ResponderExcluirEsses esclarecimentos sobre preenchimento me ajudaram muito!
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