Doenças do Aparelho Digestivo
As principais doenças do aparelho digestivo, de
tratamento cirúrgico, são aqui descritas. As informações são resumidas,
outros detalhes podem ser solicitados através de contato.
ESÔFAGO
- Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
- Neoplasias benignas
- Câncer do esôfago
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
A doença do refluxo é o resultado do fluxo retrógrado de parte do
conteúdo gastroduodenal para o esôfago. Aumenta progressivamente após os
40 anos e em ambos os sexos. O principal sintoma é a pirose que é a
sensação de queimação retroesternal e ocorre entre 30 e 60 minutos após a
refeição, especialmente alimentação gordurosa, condimentada e ácida. A
endoscopia digestiva alta é o principal exame para o diagnóstico, é
capaz de avaliar a gravidade e fazer biópsias. A endoscopia pode também
diagnosticar a hérnia de hiato que á a passagem da transição
esofagogástrica (linha Z) acima do pinçamento diafragmático. A Ph-Metria
de 24 horas pode ser indicada naquelas situações onde não se observa
esofagite endoscópica. Um outra forma de diagnosticar a DRGE é o teste
terapêutico (alívio dos sintomas com medicações para DRGE). Normalmente o
tratamento é clínico. As medidas dietéticas (perder peso, alterar a
alimentação), comportamentais, antiácidos, inibidores de receptores H2,
inibidor de bomba de próton e procinético, apresentam bons resultados. A
cirurgia está indicada para pacientes que não melhoram após o
tratamento clínico bem realizado, pacientes com esofagite severa e
hérnia de hiato maior que 3 cm, complicações da esofagite. A cirurgia é
realizada por videolaparoscopia e consiste em recolocação do esôfago na
cavidade abdominal, aproximação dos pilares do diafragma (hiatoplastia) e
envolvimento do esôfago pelo fundo gástrico (fundoplicatura).
ESTOMAGO
- Neoplasias benignas
- Câncer gástrico
Câncer gástrico
O câncer do estômago no Brasil é o segundo mais frequente em homens e
o quarto em mulheres, sendo a segunda maior causa de óbito por
neoplasia. Na maioria dos casos a doença é diagnosticada em estádio
avançado e a sobrevida em cinco anos na doença localizada é superior a
50% enquanto que no paciente com metástase é 3%. O tipo histológico mais
comum é o adenocarcinoma, representando mais de 80% dos casos.
Os principais sintomas observados são a dor abdominal, geralmente
epigástrica, perda de peso, náusea, vômitos, anorexia, saciedade precoce
e disfagia. Nos pacientes com doença avançada pode ser observado massa
abdominal, linfonodo umbilical (Irmã Maria José), ascite (água no
abdome), linfonodo supra-clavicular esquerdo (Virchow), fígado palpável e
implante para o ovário em mulheres (tumor de Krukenberg). O diagnóstico
é realizado através da endoscopia digestiva alta com biópsias
múltiplas. Deve ser avaliada a localização do tumor no estômago, a
extensão da doença e o grau de invasão na parede. A tomografia
computadorizada de abdome deve ser realizada para verificar a presença
de doença avançada (linfonodos, ascite, metástase hepática). Os
marcadores tumorais CEA, CA 72.4 e CA 19-9 podem ser úteis no
diagnóstico.
O tratamento consiste em gastrectomia total ou subtotal (dependendo
da localização da lesão), associado à linfadenectomia (retirada dos
linfonodos) regional. A quimioterapia está indicada e pode melhorar os
resultados do tratamento cirúrgico. Os resultados do tratamento
paliativo não são bons, com o paciente apresentando sobrevida curta,
entretanto estão indicados em casos de obstrução e sangramento.
INTESTINO
- Apendicite aguda
- Câncer colo-retal
- Doença hemorroidária
Câncer colo-retal
O câncer colo-retal representa o quarto lugar entre os tumores
malignos e é a segunda causa de morte previsível. Considerada uma doença
tratável e frequentemente curável quando não acomete outros órgãos.
Entre os fatores de risco temos a história familiar, dieta, álcool e
fumo, obesidade, sedentarismo e idade acima de 50 anos. Algumas
condições hereditárias como a polipose familiar e o câncer colo-retal
hereditário sem polipose são também implicados.
Os sintomas observados são a história de constipação crônica, anemia,
dor abdominal, massa abdominal, melena (fezes escurecidas com sangue),
diarréia, fraqueza e tenesmo.
O diagnóstico é realizado através de colonoscopia com biópsia e
estudo histopatológico. Por ser observada uma grande parte no
reto-sigmóide, a reto-sigmoidoscopia com aparelho rígido tem sido muito
empregado. Os pacientes com idade igual ou superior a 50 anos devem
realizar o exame.
O tratamento é realizado através da cirurgia. Deve ser retirada parte
do intestino grosso (colectomia) com o tumor envolvido e os linfonodos
regionais (linfadenectomia). O tratamento com radioterapia associado a
quimioterapia deve ser realizada para diminuir os índices de recidiva
(retorno da doença). Naqueles com doença avançada (fora do local de
origem), os resultados são menos otimistas.
A prevenção através de uma dieta rica em fibras, vegetais, frutas,
cálcio e pobre em gordura animal, apresentam resultados animadores. Da
mesma forma a prática de exercícios físicos contribui para a redução da
prevalência da doença.
FÍGADO
As doenças cirúrgicas do fígado têm representado um percentual
significativo das cirurgias do aparelho digestivo. As principais estão
aqui representadas:
1. Doenças císticas do fígado
- Cisto simples não parasitário
- Doença policística
- Cisto hidático
- Cistoadenomas
- Cistoadenocarcinomas
2. Neoplasias
- Tumores benignos
- Hemangioma
- Hiperplasia nodular focal
- Adenoma hepatocelular
- Tumores malignos
- Primários
- Carcinoma hepatocelular
- Carcinoma fibrolamelar
- Colangiocarcinoma periférico
- Metástases
3. Abscesso hepático
Hemangioma hepático
O hemangioma hepático é o tumor benigno mais comum do fígado. Tem
origem congênita, sendo mais comum no sexo feminino, não é câncer.
Usualmente solitários, podem estar associados a hemangiomas de pele,
principalmente em crianças. Costuma ser assintomático ou apresentar
sintomas inespecíficos como dor abdominal vaga, aumento do volume
abdominal, náusea, vômito e saciedade. Entre as complicações temos a
cólica abdominal, torção do pedículo, obstrução gástrica e raramente
ruptura espontânea. Em crianças pode apresentar alterações de coagulação
(Síndrome de Kasabach-Merrit), quando tem indicação cirúrgica.
Os exames laboratoriais podem estar normais e o diagnóstico pode ser
feito através de ultra-sonografia, tomografia ou ressonância magnética
de abdome. O padrão característico é de halo de bordas intensificadas
que permeia para o centro. Não deve ser puncionado para o diagnóstico
(risco de hemorragia).
Geralmente o hemangioma hepático não necessita tratamento. Aqueles
gigantes (maiores que 4 cm) e sintomáticos (sintomas que comprometem as
atividades habituais) devem ser tratados. O tratamento pode ser através
de embolização, enucleação da lesão e hepatectomia.
Adenoma hepatocelular
O adenoma hepatocelular é um tumor benigno mais prevalente em
mulheres em idade fértil, tem relação com o uso de anticoncepcional oral
e alguma história familiar. É uma lesão pré-cancerosa (para carcinoma
hepatocelular).
A paciente pode ser assintomática ou ter sintomas gastrointestinais
(náuseas, desconforto, plenitude), enquanto que nos complicados pode ser
observado ruptura, necrose e hemorragia intra-tumoral. Os testes de
função hepática podem estar normais e o diagnóstico é feito pela
tomografia com contraste ou ressonância magnética do abdome. Sempre que o
diagnóstico por imagem for feito deve ser solicitado marcador para
carcinoma hepatocelular.
A maioria regride com a suspensão do anticoncepcional. Caso a
paciente não use anticoncepcional ou em homens, tem indicação cirúrgica.
Sem ressecção o seguimento deve ser por longo prazo. A identificação
incidental (durante outra cirurgia abdominal) de adenoma hepatocelular, a
ressecção somente deve ser realizada por profissional com experiência
em cirurgia de fígado. A paciente não deve mais fazer uso de
anticoncepcional.
Carcinoma hepatocelular
O carcinoma hepatocelular é a neoplasia maligna primária mais comum
do fígado. Tem sido observado um aumento de sua incidência no mundo, não
apresentando sinais clínicos específicos em sua fase inicial. É mais
comum no sexo masculino e geralmente acontece em pacientes com doença
hepática crônica (cirrose hepática por hepatite vírus B, C e alcoólica),
porém pode ser observado em fígado previamente sadio. A sequência
hepatite aguda, hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular é
bem conhecida.
Por não apresentarem sintomas específicos, o diagnóstico pode ser
feito apenas em pacientes cirróticos ou com alguma complicação. Nestas
situações observa-se dor no hipocôndrio direito, aumento do fígado
(massa abdominal palpável), emagrecimento, anorexia (falta de apetite),
náuseas, vômitos, ascite (água no abdome). O diagnóstico pode ser feito
através da ultra-sonografia, tomografia computadorizada e ressonância
magnética do abdome superior (com enfoque ao fígado). A ressonância
magnética é superior em casos de tumores menores (< 2 cm). Os
marcadores virais de hepatite (HBsAg, Anti HCV) podem contribuir para o
diagnóstico de carcinoma hepatocelular por apresentar relação com a
doença hepática crônica. O marcador tumoral alfa fetoproteina (AFP) tem
sido utilizado por muitos para o diagnóstico.
O tratamento do carcinoma hepatocelular pode ser realizado através de
cirurgia (hepatectomia ou transplante hepático) ou com medidas não
cirúrgicas (quimioembolização, ablação por radiofrequência). Muitos
fatores podem contribuir para o prognóstico. Entre eles, o estado geral
do paciente (classificação de CHILD), presença de doença extra-hepática e
outros).
Metástases
O fígado é o segundo principal local de metástases (doença longe do
local de origem) de câncer, precedido apenas pelos linfonodos. Por muito
tempo, os pacientes com neoplasias malignas e doença metastática para o
fígado foram considerados não tratáveis. Com a melhora das condições de
tratamento intensivo, padrão de anestesia, refinamento da técnica
cirúrgica, instituição do cirurgião com treinamento em cirurgia de
fígado, isto tem mudado e os benefícios tem sido satisfatórios.
As metástases hepáticas podem ter sua origem em diferentes locais do
organismo, entretanto alguns merecem destaque pelos melhores resultados
cirúrgico. As mais comuns são as metástase de tumores colo-retais,
tumores neuroendócrinos, câncer de mama, tumores renais, tumores
supra-renais, leiomiossarcoma, melanoma e outros.
O diagnóstico das metástases é realizado através de ultra-sonografia,
tomografia computadorizada com contraste oral e venoso e ressonância
magnética de abdome superior. Deve ser identificado o número de
metástases, sua localização, tamanho, relação com os vasos hepáticos e a
presença de doença extra-hepática. A presença de ascite, carcinomatose
peritoneal, implantes pélvicos, por exemplo, inviabilizam o tratamento
proposto. Da mesma forma o tipo de tratamento realizado para a doença de
base (colectomia com linfadenectomia, por exemplo), são importantes no
resultado. Da mesma forma, o tempo de aparecimento da metástase em
relação com a cirurgia anterior pode modificar o resultado.
O tratamento pode ser realizado no mesmo tempo da doença primária (no
caso de alguns tumores colo-retais) ou em tempo separado. A
quimioterapia pode ser realizada antes e/ou depois da cirurgia proposta.
As cirurgia realizadas são as ressecções hepáticas, podendo ser
associado a outros tratamentos (radiofrequência, por exemplo). Os
resultados dependem de diferentes fatores.
VIAS BILIARES
- Litíase biliar (cálculos na vesícula)
- Colecistite
- Lesões polipóides da vesícula (pólipos)
- Câncer da vesícula biliar
- Litíase da via biliar (cálculos no colédoco)
- Colangite
- Estenoses da via biliar
- Colangiocarcinoma
- Tumor de papila de Vater
Colelitíase (cálculos da vesícula biliar)
Os cálculos da vesícula biliar são formados principalmente de
colesterol, pigmentos biliares e mistos. Os principais fatores
envolvidos na formação dos cálculos são os fatores genéticos,
ambientais, idade, sexo e hormônios, paridade, obesidade,
hiperlipidemias, diabetes, cirurgias, doenças hemolíticas, parasitoses.
Os pacientes podem não apresentar sintomas ou cursarem com dor
abdominal, geralmente contínua, no quadrante superior direito do abdome,
na região epigástrica, durando mais de meia hora, podendo irradiar para
as costas ou ombro direito. Pode estar relacionada com a ingestão de
alimentos gordurosos. O diagnóstico geralmente é feito utilizando a
ultra-sonografia de abdome superior. Podem ser observados cálculos
múltiplos ou apenas um único cálculo. Os microcálculos e a lama biliar
(ou barro biliar) podem ser sintomáticos e apresentar complicações.
As principais complicações da presença de cálculos na vesícula biliar
são a colecistite (inflamação da vesícula), coledocolitíase (migração
do cálculo para o ducto colédoco), colangite aguda (inflamação da via
biliar comum, com dor, febre com calafrio e icterícia), pancreatite
aguda (inflamação do pâncreas) e câncer da vesícula biliar.
O tratamento é através de cirurgia. A cirurgia é a colecistectomia
videolaparoscópica, procedimento minimamente invasivo. Com três ou
quatro incisões de 5 mm e 10 mm, a vesícula biliar contendo os cálculos é
retirada. O curso pós-operatório geralmente é sem intercorrências e o
paciente recebe alta hospitalar entre 12 e 24 horas após o procedimento
cirúrgico.
Câncer da vesícula biliar
O câncer da vesícula é a neoplasia maligna mais comum da via biliar.
Frequentemente é diagnosticado após a apresentação dos sintomas que são
tardios. A colelitíase (cálculos na vesícula biliar) é de longe o
principal fator de risco. Outras causas são as lesões polipóides da
vesícula biliar, anomalias da junção do ducto bilio-pancreático, cisto
de colédoco, vesícula em porcelana, obesidade, tabagismo.
Na fase inicial, o diagnóstico é difícil devido à ausência de sintomas
clássicos. Em pacientes com litíase, os sintomas são da doença de base. O
paciente pode apresentar dor abdominal, náuseas, vômitos, icterícia
(olhos amarelados), febre, anorexia (falta de apetite), perda de peso.
Em casos de suspeita da doença, a ultra-sonografia deve ser o primeiro
exame a ser solicitado. A tomografia computadorizada e a ressonância
magnética de abdome superior são úteis para identificar a lesão e
pesquisar metástases (doença distante). Na fase avançada pode ser
observada ascite (líquido no abdome), implantes peritoneais
(carcinomatose) e metástases no fígado. O melhor momento de diagnóstico é
na fase incidental (exame da vesícula de rotina durante a
colecistectomia por colelitíase), pois a possibilidade de cura é bem
maior.
O tratamento depende do estadiamento (fase evolutiva da doença).
Naqueles com indicação curativa a cirurgia consiste em hepatectomia
(segmento IVb e V), linfadenectomia, ressecção da via biliar (quando
invade o ducto cístico). O tratamento paliativo pode ser através de
endoscopia, radiologia intervencionista ou cirurgia, associado à
quimioterapia.
O prognóstico depende do estadiamento da lesão e da resposta ao agente quimioterápico.
PÂNCREAS
As principais doenças cirúrgicas do pâncreas são:
1. Pancreatite
2. Neoplasias
Pancreatite aguda
A pancreatite aguda é uma doença inflamatória causada pela digestão
do parênquima pancreático por suas próprias enzimas, com envolvimento
variável de tecidos peri-pancreáticos e de sistemas orgânicos distantes.
A pancreatite aguda apresenta como principais causas a litíase biliar
(cálculos da vesícula biliar), álcool, alterações anatômicas (pâncreas
divisum), procedimentos endoscópicos (CPRE-colangiopancreatografia
retrógrada endoscópica), trauma, pós-operatório, infecções.
Clinicamente o paciente apresenta dor epigástrica (ou em barra) ou no
abdome superior (ou ainda dor lombar), náuseas, vômitos. Pode ainda
apresentar febre, taquicardia (aumento da freqüência cardíaca),
distensão abdominal, icterícia (olhos amarelados). O diagnóstico é
realizado através de exames de laboratório e exames de imagem. A amilase
e lípase séricas (no soro) estão aumentadas e o hemograma pode
evidenciar leucocitose (aumento das células brancas do sangue). A
glicemia (glicose no sangue) está aumentada. O exame de imagem utilizado
é a tomografia computadorizada do abdome que deve ser realizada com
contraste.
Normalmente o tratamento é clínico. O paciente deve ser internado e
observado os cuidados de manutenção do estado geral do paciente. Em caso
de pancreatite grave (severa) o tratamento deve ser realizado em
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A base do tratamento é a manutenção
dos sinais vitais com reposição volêmica, analgésicos, controle das
complicações. A cirurgia está indicada em casos complicados (necrose
infectada, pseudocistos) e quando não há melhora apesar das medidas
clínicas satisfatórias. Naqueles de etiologia biliar a colecistectomia
deve ser realizada após a segunda semana de doença, quando há melhora do
quadro, ainda com o paciente internado.
Câncer do pâncreas
A neoplasia primária mais comum do pâncreas é o adenocarcinoma ductal
do pâncreas. A maioria se origina na cabeça. O processo de manifestação
mais comum está relacionado com fatores genéticos e ambientais. Outros
fatores são a idade, tabagismo, pancreatite crônica, ingestão de
gorduras, diabetes tipo II, entre outros. A manifestação clinica pode
ser através de icterícia (olhos amarelos), nos tumores de cabeça de
pâncreas, perda de peso, dor abdominal, dispepsia. Entre os exames
laboratoriais podem ser observados o aumento das bilirrubinas, fosfatase
alcalina, Gama GT e anemia. O marcador CA 19-9 pode contribuir tanto
para o diagnóstico quanto para evolução do tratamento. A tomografia
computadorizada do abdome superior, com contraste oral e venoso, bem
como a ressonância nuclear magnética são úteis para o diagnóstico,
evidenciando a lesão e verificando a presença de metástases, invasão de
vasos e presença de ascite (líquido no abdome). O tratamento cirúrgico
com finalidade curativa acontece em aproximadamente 20% dos casos. A
cirurgia é a duodenopancreatectomia com linfadenectomia (Operação de
Whipple). O tratamento paliativo da icterícia acontece através da
endoscopia (CPRE-colangiopancreatografia retrógrada endoscópica) com uso
de próteses ou com cirurgia através da derivação bilio-entérica. Nestes
casos o prognóstico é reservado.
PAREDE ABDOMINAL
- Hérnia:
- Inguinal
- Crural (Femoral)
- Umbilical
- Incisional (Pós-operatória)
Hérnia inguinal
As hérnias inguinais podem ser diretas ou indiretas (obliqua
externa). As hérnias indiretas acompanham os elementos do cordão
espermático (ou ligamento redondo na mulher). Podem se manifestar como
simples protusão na região inguinal (caroço) relacionado com o esforço e
que reduz com o repouso, ou acompanhar os elementos do cordão
espermático em direção à bolsa escrotal (hérnia ínguino-escrotal). Podem
ser redutíveis (retornam à cavidade de forma espontânea), ou
irredutíveis do tipo encarcerada ou estrangulada (esta é uma condição de
emergência por haver comprometimento vascular). Da mesma forma a hérnia
pode ser unilateral (direita ou esquerda) ou bilateral.
O diagnóstico é clínico com o paciente apresentando dor e aumento de
volume na região inguinal (ou bolsa escrotal), relacionado com um
esforço físico (pode acontecer com o ato de defecar, em prostáticos,
esforço da tosse, entre outras). As manobras de esforço na região
inguinal podem fazer o diagnóstico.
O tratamento é através de cirurgia que pode ser realizada por via
aberta (convencional) ou por videolaparoscopia. As técnicas podem ser
com tensão (tipo técnica de Bassini), ou sem tensão (chamadas Tension
free) como a técnica de Lichtenstein. As técnicas sem tensão usam
próteses (chamadas de telas ou malhas) que substituem a parede da região
inguinal. Os índices de recidiva (retorno da hérnia após o tratamento)
são menores com as técnicas livre de tensão. A anestesia pode ser local,
peridural, raquianestesia ou anestesia geral.
Comentários
Postar um comentário
amo a natureza