erva botão para picada de cobra


Erva Botão: benefícios e como usá-la

Erva botão: características

O nome científico da erva botão é Eclipta prostrata ou Eclipta alba – sinônimos botânicos, a mesma planta, identificada por pesquisadores diferentes, recebeu nomes distintos ou teve uma mudança na classificação.




Eclipta prostrata.
É uma planta encontrada com facilidade no Brasil, nascendo em calçadas, áreas úmidas, beiradas de estrada, jardins e canteiros.

Ela é popularmente conhecida como surucuína ou erva lanceta, e é bastante utilizada pelas populações indígenas na região Norte, que preparam um macerado com ela e tomam antes de caçar ou fazer incursões na mata, porque caso sejam picados por cobra, não sofrerão os efeitos do veneno e não morrerão.
Ela é amplamente utilizada na medicina tradicional em várias partes do mundo. Na Índia e na China, é utilizada para tratar inflamações, hipertensão arterial, problemas cardíacos, AIDS, para controlar o colesterol, entre outras finalidades.


Toxidade da erva botão

A erva botão pode ser utilizada, se em doses aceitáveis. Algumas pesquisas demonstram que ela não altera padrões fisiológicos ou hematológicos, não causa diarreias, vômitos ou danos neurológicos. Nenhuma pesquisa demonstrou que ela exerça toxicidade significativa.

Preparação do chá de erva botão

O chá dessa planta pode ser feito de duas formas. Para fazer por maceração a frio, pique a planta, coloque-a em um vasilhame e triture-a. Adicione água, deixe repousar por 5 minutos e tome. A segunda forma de preparo é por infusão, pique as folhas e os talos novos da planta, coloque em uma xícara e adicione água fervente. Abafe, aguarde 5 minutos, coe e tome.
O chá pode ser tomado 1, 2, 3 ou 4 vezes ao dia, a depender da gravidade do problema a ser tratado, sem riscos à saúde.

Cuidados no uso da erva botão

Crianças com menos de 1 ano não devem fazer uso de plantas medicinais sem o acompanhamento de um pediatra. Gestantes também não devem fazer uso dessa planta sem acompanhamento médico.
Quem tem bradicardia (frequência cardíaca baixa) ou insuficiência cardíaca deve tomar cuidado ao usar essa planta, pois ela interfere na pressão arterial e na força de contração do coração.

Benefícios da erva botão

Ação antibacteriana

A maioria das pesquisas sobre a erva botão foram realizadas na Índia, onde ela é muito conhecida por conta da medicina ayurvédica. Nesse país, ela foi testada contra vários tipos de bactérias, e inibiu o desenvolvimento da maioria delas.
Todavia, em relação às bactérias do gênero Staphylococcus, do Salmonella e do Escherichia, como a Escherichia coli, ela teve ação muito mais eficiente.
Outra pesquisa indiana demonstrou que o extrato de erva botão produzido com água, com maceração, teve baixíssima ação antibacteriana – ou seja, não foi eficiente. Porém, o extrato alcoólico (triturada e deixada descansar em álcool) foi eficiente em combater bactérias, porque o álcool é um extrator mais eficiente que a água, e absorve mais os princípios ativos da planta.

Proteção solar

Uma pesquisa realizada em Taiwan demonstrou que os extratos aquosos da erva botão exercem excelente ação protetora solar. Ela absorve os raios ultravioletas, tanto de padrão UVA quanto UVB, evitando danos à pele.
Os extratos aquosos protegeram as células cutâneas e tiveram importante ação antioxidante, melhor do que a da vitamina C e do ácido clorogênico.
No futuro, é possível que sejam desenvolvidos filtros solares à base de erva botão, sem toxinas que causem câncer, além de inibir o desenvolvimento do câncer de pele.

Ação anti-inflamatória

Testados na Índia, os extratos da erva botão inibiram o processo inflamatório em cerca de 35%, atingindo padrões semelhantes aos da indometacina e da ciproeptadina, anti-inflamatórios comerciais.

Ação antialérgica

Reações anafiláticas são reações alérgicas exageradas, por exemplo, quando uma pessoa usa um produto ao qual é alérgica, causando inchaço imediato (da boca, dos olhos, etc.); ou quando uma abelha pica a testa de uma pessoa e o rosto incha inteiro.
A erva botão controla os padrões alérgicos e reduz as histaminas – que exercem importante ação na mediação alérgica –, e tem resultados muito parecidos com os da dexametasona.

Controle do HIV

A erva botão é eficiente como auxiliar contra o HIV, inibindo o desenvolvimento dele. Na medicina tradicional indiana (ayurvédica), ela é utilizada para controlar esse vírus.
Os extratos da erva botão, principalmente os ricos em wedelolactone, inibem tanto o HIV-1 protease quanto o HIV-1 integrase, enzimas que, se inativas, o vírus não consegue infectar o organismo.

Controle do colesterol

A erva botão exerce ação efetiva no controle do colesterol. Numa pesquisa indiana, cobaias não humanas receberam uma alimentação rica em colesterol para que os níveis deste aumentassem. O grupo que recebeu os extratos da erva botão teve uma redução significativa dos triglicerídeos e do colesterol total.
Outra pesquisa, realizada na Coréia, demonstrou que os extratos de erva botão, em animais que tinham taxas de colesterol muito elevadas, reduziu em até 20% a taxa de triglicerídeos e entre 10 e 13,5% a de colesterol total
O colesterol LDL (leve, ruim para o organismo), carreia para as artérias gorduras que estão sendo processadas pelo organismo, aumentando o risco de doença coronariana e arteriosclerose. Houve redução entre 10 e 13% do LDL.
Já do HDL, considerado bom – porque retira as gorduras das artérias e transporta para outras partes do organismo, reduzindo o risco de doença coronariana –, houve um aumento de 13 a 19%.
O uso dos extratos da erva botão reduziu em 30% o índice heterogênico, que expressa a probabilidade de se ter doença coronariana, arteriosclerose e problemas do tipo.
A erva botão é excelente para tratar disfunções do colesterol (dislipidemias) e ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares.

Controle da tripsina

Uma pesquisa indiana demonstrou que a erva botão inibe a tripsina, enzima que atua no duodeno, degradando proteínas para que sejam absorvidas na forma de aminoácidos. Algumas doenças causam ação exagerada da tripsina, levando à disfunções.
Para controlar o metabolismo de proteínas, o uso da erva botão ajuda, inibindo a tripsina.

Controle da pressão arterial

Numa pesquisa indiana feita com homens hipertensos, o uso do extrato da erva botão reduziu a pressão arterial em 17%, o que é um valor significativo. Além disso, ela teve importante ação diurética, aumentando em 34% a produção de urina. Ou seja, elimina-se uma maior quantidade de líquidos e, consequentemente mais sódio, cuja excreção foi aumentada em 24%.
Essa mesma pesquisa demonstrou que a erva botão também exerce importante ação no controle do colesterol e dos triglicerídeos.
Em outro trabalho realizado na Índia, extratos da erva botão administrados em animais hipertensos por conta da obesidade, controlaram a hipertensão deles.
Muitos hipertensos descartam do jardim a erva botão, mas com ela podem controlar a pressão arterial de maneira natural e sem efeitos colaterais.

Ação antiofídica

Numa pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a aplicação de extratos de erva botão inibiu o veneno de cascavel: todo o processo inflamatório e as consequências da administração do veneno foram anulados. Como resultado, dos animais que receberam a carga de cascavel, apenas dois morreram.
Quem mora em regiões com risco de ataques de serpente, pode cultivar a erva botão e armazenar os extratos dela para emergências. Se uma pessoa é picada por uma cobra, a chance de sobrevivência é muito maior se utilizar extratos de erva botão.
Uma pesquisa foi realizada na Tailândia com o veneno da cobra da terra da Malásia, uma serpente venenosa que causa um grande número de acidentes.
Administrando extratos de erva botão, a mortalidade das cobaias não humanas foi reduzida entre 50 e 58%, aumentando a sobrevivência frente àquelas que não receberam o extrato. Todo o processo inflamatório causado pela picada da cobra foi reduzido drasticamente.
É possível utilizar, junto com a erva botão, a erva-de-santa-luzia e o açafrão, plantas de fácil acesso e que têm ação antiofídica. Com essas três, juntas, produz-se um extrato antiofídico, que pode ser a diferença entre a vida e a morte em regiões de difícil acesso aos serviços de saúde.

Proteção do fígado

A erva botão foi testada em pesquisa realizada pelo Japão e a Alemanha. Nos animais do teste foi injetado tetracloreto de carbono, substância altamente danosa para o fígado.
Aqueles que receberam erva botão tiveram uma significativa proteção do fígado, preservando a estrutura e os padrões bioquímicos dele, e ainda houve estimulação da regeneração hepática.
Em casos de cirrose, lesões por hepatite e doenças lesivas do fígado, a erva botão protege-o. Tomar medicamentos como paracetamol causa danos ao fígado, e é possível tomar erva botão para evitar essas lesões.
Em pessoas que consomem álcool exageradamente, ou que têm esteatose hepática, a erva botão preserva a saúde do fígado e ajuda na regeneração dele.
Uma pesquisa realizada na Coréia demonstrou que os extratos de erva botão inibem o desenvolvimento de células hepáticas estreladas, que causam fibrose hepática.
Quando uma pessoa tem uma lesão no fígado, ao invés de nascerem células hepáticas, nasce uma fibra rígida que não tem a mesma função. Quando isso acontece repetidas vezes e ocupa áreas grandes, o fígado é prejudicado e perde parte da função. A erva botão evita que as células que produzem a fibrose se desenvolvam.

Proteção dos rins

A erva botão exerce excelente ação protetora dos rins. Em uma pesquisa realizada na Índia, foram analisadas intoxicações dos rins causadas por gentamicina – antibiótico utilizado para tratar processos infecciosos. Um dos efeitos colaterais da gentamicina é a nefrotoxidade, causando perda da função renal. A administração da erva botão evitou a intoxicação dos rins e recuperou a qualidade dos padrões bioquímicos deles.

Ação antidiabética

Numa pesquisa indiana, o uso do extrato de erva botão pelo prazo de 60 dias baixou a glicemia de 370 para 117mg/dl. Houve também redução expressiva da hemoglobina glicada e da quebra de açúcares complexos em glicose, que seria utilizada pelo organismo – ou seja, os açúcares não eram quebrados e, por isso, a glicose não chegava à corrente sanguínea, ajudando a controlar a glicemia.
Por conta desses resultados, a erva botão é um importante auxiliar nos tratamentos da hiperglicemia.

Proteção do estômago

Em uma pesquisa indiana, animais passaram por um processo chamado restrição a frio: eles foram enrolados em papel filme e deixados na geladeira durante 24 horas, o que provoca o surgimento de feridas no estômago.
Extratos de erva botão foram administrados aos animais antes deles serem embalados e colocados na geladeira. Quando verificado o estômago deles, não havia lesão gástrica. Em casos de gastrite nervosa – que muitas pessoas sofrem por conta da rotina diária – a erva botão evita lesões na parede estomacal.

Proteção cerebral

A erva botão é excelente para prevenir danos causados pelo acidente vascular cerebral (AVC) ou pela isquemia cerebral.
Quando um vaso no cérebro é obstruído e não permite a passagem de sangue, pode ocorrer isquemia cerebral. Por ficar um período sem oxigenação e alimento algumas áreas do cérebro podem morrer ou ter lesões. Posteriormente, há um período de reperfusão – o sangue volta a circular ali e é possível verificar onde ocorreram lesões.
Animais tratados previamente com erva botão e que depois tiveram isquemia induzida em laboratório, tiveram maior preservação do tecido cerebral do que aqueles que não receberam erva botão.
Além disso, a lesão causada no cérebro foi menor nos que receberam a erva botão, e as consequências posteriores também foram menores.
Os resultados do uso da erva botão foram muito parecidos com os da quercetina, medicamento convencional utilizado nesses casos.

Doenças degenerativas do cérebro

Em quem tem mal de Alzheimer, falta um importante neurotransmissor, a acetilcolina, que se deficitária causa perda de memória e cognitiva.
Uma pesquisa demonstrou que a erva botão aumenta de 9 a 12% a acetilcolina no cérebro, além de inibir danos oxidativos às células cerebrais, o que melhora a saúde neurológica de quem têm Alzheimer. Os medicamentos para Alzheimer aumentam a acetilcolina.
Complementarmente a esse resultado, uma pesquisa realizada no Burkina Faso demonstrou que a erva botão inibe a acetilcolinesterase, que destrói a acetilcolina para controlar os níveis dela.
A erva botão reduz a ação da acetilcolinesterase, o que melhora a condição neurológica de pessoas com, por exemplo, doença de Alzheimer.

Em uma pesquisa indiana, a erva botão foi comparada a dois antidepressivos muito utilizados no mercado: a fluoxetina e a imipramina, e exerceu ação antidepressiva não tão eficiente, mas semelhante à deles, assim ela pode ser incluída em tratamentos antidepressivos.

Atividade cardíaca

Numa pesquisa realizada na Índia, animais receberam extratos da erva botão. Como resultado, houve redução da frequência cardíaca deles, da força de contração do coração, e consequentemente do volume de sangue distribuído para o corpo.
Quem tem taquicardia, arritmia cardíaca ou hipertensão arterial pode se valer da erva botão para controlar a aceleração do coração.

Tratamento da osteoporose

A osteoporose causa o enfraquecimento dos ossos e leva a lesões na bacia, na cabeça do fêmur, etc., principalmente na terceira idade e na menopausa. A erva botão combate a osteoporose.
Os osteoblastos são células que formam a estrutura óssea (constroem os ossos), e os osteoclastos carreiam o cálcio dos ossos para a corrente sanguínea. Na osteoporose, há menor ação dos osteoblastos, e maior dos osteoclastos.
Comparativamente com um grupo que não tomou a erva botão, ela aumentou em 140% a formação de osteoblastos primários, o que melhora a formação e a constituição dos ossos. Se a pessoa tem osteoporose ou tendência a desenvolvê-la, tomar erva botão evita o surgimento ou o agravamento do problema.
Em uma pesquisa coreana, três princípios ativos da erva botão foram isolados e testados na estimulação da formação de novos osteoblastos e tiveram excelentes resultados, aumentando a formação de novas estruturas ósseas e evitando a osteoporose.

Em uma pesquisa chinesa, houve inibição do desenvolvimento de células de câncer do fígado humano por conta da ação de extratos da erva botão.
Em uma pesquisa realizada na Índia com células de vários tipos de câncer humano, extratos de erva botão demonstraram ação antiproliferativa (evitando a duplicação dessas células, e consequentemente o desenvolvimento do tumor), apoptótica (as células cancerosas entram em colapso e se autodigerem) e antimetástase (evitando a migração dessas células de uma área para outra).
Em uma pesquisa tailandesa, extratos de erva botão reduziram significativamente a migração de células de câncer humano, o que comprova a ação antimetástase da planta. Além disso, ela reduziu em 50% a angiogênese, que é a formação de novos vasos sanguíneos em volta das células cancerígenas, para alimentá-las. Quanto menos o câncer é alimentado, menos se desenvolve.
Essas três pesquisas foram realizadas em laboratório e não foram testadas em animais ou humanos, mas em células humanas cultivadas em placas de vidro.
No futuro, essa planta pode se tornar um grande medicamento no combate e no controle do câncer.


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