Um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados
Unidos, avaliou a eficácia da cirurgia do diabetes comparada ao
tratamento convencional, com remédios orais e aplicação de insulina.
Pesquisadores
constataram que os pacientes que passaram pela cirurgia tiveram uma
queda média de 21% nos níveis de glicose no sangue após um ano. Já o
tratamento convencional resultou em um aumento de 11% da taxa.
A cirurgia se mostrou eficaz também na redução do consumo de
medicamentos orais e insulina.
Antes da cirurgia, 84,3% dos
pacientes estavam tomando medicação para controlar a doença e, um ano
após o procedimento, apenas 22,4% ainda faziam uso de alguma substância.
No grupo de tratamento convencional, porém, a porcentagem de
pacientes que necessitam de insulina ou medicamento oral saltou de 66,7%
para 82% em um ano.
No grupo que passou pela cirurgia, os níveis de glicose no sangue
passaram de uma média de 7,5% no pré-operatório, para 5,8% após um ano,
fixando-se em 6,1% após três anos. Naqueles que receberam o tratamento
convencional, os níveis aumentaram de uma média de 7% para 7,8% após
três anos.
Para os pesquisadores, os bons resultados da cirurgia para o controle do diabetes tipo 2 devem-se, basicamente, a dois fatores: a perda de peso do paciente e, principalmente, a alterações hormonais.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a cirurgia do
diabetes pode ser indicada no tratamento de pacientes diabéticos tipo 2,
com IMC (Índice de Massa Corpórea - peso dividido pela altura ao
quadrado ) acima de 35. Ainda está em estudo pelo CFM a liberação do
procedimento para pacientes com IMC entre 30 e 35. Para pacientes com o
IMC abaixo de 30 a cirurgia ainda não é indicada.
A Associação
Americana de Diabetes recomenda manter os níveis de glicose no sangue
abaixo de 7%.
O diabetes é uma disfunção do metabolismo, que compromete a maneira como
organismo absorve a glicose necessária para a manutenção das atividades
vitais.
Depois da digestão, a glicose passa para a corrente
sanguínea, onde é utilizada pelas células para produzir energia, usada
pelo organismo. No entanto, para que a glicose possa adentrar as
células, ela precisa da ajuda de outra substância, a insulina.
A insulina é um hormônio produzido no
pâncreas, uma grande glândula localizada atrás do estômago. Quando nos
alimentamos, o pâncreas produz automaticamente a quantidade certa de
insulina necessária para mover a glicose do sangue para as células do
corpo.
Nas pessoas com diabetes, porém, o pâncreas produz pouca
insulina ou então as células não respondem da forma esperada à insulina
produzida. Assim, a glicose do sangue vai direto para a urina sem que o
corpo se aproveite dela, ou fica no sangue, aumentando as taxas de
glicemia, concentração de glicose nas células.
Acredita- que o diabetes está diretamente relacionado à obesidade.
Embora não se prove uma relação direta, a maioria dos diabéticos são
obesos e as causas da doença estão no histórico familiar e nos hábitos
de vida.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 67,6%
dos entrevistados têm peso normal ou sobrepeso e grande parte deles,
79,6%, são portadores do tipo 2 da doença, ou seja, tipo adquirido pela
ingestão excessiva de açúcar na dieta.
Quase 95% dos pacientes
tem diabetes tipo 2, que começa na vida adulta, geralmente após os 40
anos de idade. Os cinco por cento restantes são diabéticos tipo 1 (que
em geral aparece na infância e são dependentes da insulina).
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