Qual é o primeiro passo para quem deseja fazer a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS)?
A cirurgia bariátrica deve ser
considerada o último recurso para quem luta contra a obesidade. A
intervenção cirúrgica é parte do tratamento integral da doença, mas que
prioritariamente aborda a promoção da saúde e no cuidado clínico.
Para ser um paciente com indicação para a
cirurgia, ele não deve ter respondido ao tratamento clínico. Ou seja,
recebeu orientação e apoio para mudança de hábitos, realizou dieta, teve
atenção psicológica, realizou atividade física e, em alguns casos, fez
uso de medicamentos por, no mínimo, dois anos.
Esgotadas as possibilidades de
tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente
poderá ser avaliado para fazer a cirurgia bariátrica.
Confirmada a indicação da cirurgia, ele
irá para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento
psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo
com a necessidade e avaliação da equipe multidisciplinar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que
houve um aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS
entre 2010 e 2015 - o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.
Há alguma restrição de idade?
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
estabeleceu a classificação do excesso de peso e da obesidade baseada no
índice de massa corporal (lMC) para adultos de ambos os sexos. O lMC é
obtido por meio da divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura
(metros).
Pessoas com lMC de 25 a 29,9 kg/m² foram
classificados como acima do peso ideal ou sobrepeso, já que o ponto de
corte para a definição de obesidade é lMC≥ 30 kg/m². Quando este índice é
igual ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou
grave, o que corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal. O
termo super obeso é usado para designar os pacientes com lMC≥ 50 kg/m².
Podem realizar o tratamento cirúrgico, segundo protocolo do Ministério da Saúde:
a. Pessoas que apresentem IMC ≥50 Kg/m2;
b. Pessoas que apresentem IMC ≥40 Kg/m²,
com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no
mínimo dois anos.
c. Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e
com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus
e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do
sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento
clínico.
d. Nos jovens entre 16 e 18 anos, a
cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para
que seja analisada a fase de crescimento.
A cirurgia bariátrica está disponível em todos os estados?
Atualmente, o SUS conta com 75 hospitais
habilitados para atendimentodas pessoas com obesidade, em 21 estados:
Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O paciente que precisar da cirurgia onde
não há oferta do tratamento poderá receber um encaminhamento para outro
estado, através da Central Nacional, que irá encaminhá-lo para o
hospital habilitado.
Por que é importante envolver
outros profissionais de saúde no processo que antecede a cirurgia
(psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta)?
A obesidade é uma doença que envolve
vários fatores e, por isso, seu tratamento necessita de uma equipe
multiprofissional. É importante lembrar que a participação de uma equipe
multiprofissional integrada é fundamental para compreender o indivíduo
em sua totalidade. As orientações nutricionais são essenciais, uma parte
essencial do tratamento, pois direcionam as escolhas alimentares do
paciente. O tratamento psicológico é fundamental para cuidar do paciente
por dentro e por fora. A atividade física é considerada parte integral
da perda e manutenção do peso.
Fazem parte da equipe:
a) Médico especialista em cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo;
b) Nutricionista;
c) Psicólogo ou Psiquiatra;
d) Clínico geral ou endocrinologista.
No suporte dessa equipe ainda poderão contribuir, parte da equipe do hospital, os seguintes profissionais:
a) Clínico geral, cardiologista, pneumologista, endocrinologista, angiologista/cirurgião vascular e cirurgião plástico;
b) Anestesiologista;
c) Equipe de Enfermagem;
d) Assistente Social,
e) Fisioterapeuta.
Há alguma contraindicação à cirurgia?
Alguns pacientes, mesmo estando dentro
dos critérios mencionados, podem apresentar situações específicas que
devem ser avaliadas - o que pode ser motivo de contraindicação ao
tratamento. Seguem algumas restrições:
1. Adolescentes: só
podem ser operados pacientes com mais de 16 anos. Mesmo assim, pacientes
que tenham entre 16 e 18 anos necessitam de avaliação clínica e
psicológica especial, consentimento da família e aprovação de comissão
de ética do hospital aonde será feita a cirurgia.
2. Idosos com mais de 65 anos:
esses pacientes necessitam avaliação pré-operatória especial, de
preferência com médico geriatra, para avaliação dos benefícios da
cirurgia.
3. Pacientes com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas:
esses pacientes necessitam de avaliação psiquiátrica detalhada para se
estabelecer o controle ou não de doenças psiquiátricas pré-existentes e
do vício.
4. Pacientes com cirurgias abdominais prévias: pode dificultar a realização da cirurgia e deve ser avaliado pelo cirurgião.
5. Portadores de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças endócrinas entre outras):
embora não se constituam em contraindicações absolutas, podem aumentar o
risco cirúrgico ou interferir na escolha da técnica que será empregada.
Vale destacar:Em
situações consideradas extremas, a exigência de dois anos de tentativa
de tratamento clínico para indicação cirúrgica pode ser extinta. É o
caso dos pacientes super obesos, ou seja, que têm IMC superior a 50
Kg/m².
No entanto, esta situação não exime o
paciente de passar por todas as fases de avaliação pré-operatória,
essenciais para a segurança e sucesso do tratamento e obrigatória para
todos os pacientes, que incluem: avaliação clínica com endocrinologista e
cardiologista, avaliação nutricional, avaliação psiquiátrica ou
psicológica.
orientações aos usuários SUS
Cadastro para Fila SUS Cirurgias da Obesidade para o Serviço Público 1. As palestras iniciais que dão acesso à
entrada na fila de espera pelas cirurgias bariátricas pelo SUS devem
ser agendadas pelas assistentes sociais ou equivalentes nas Secretarias
de Saúde do município onde mora o paciente. 2. Consulte a Secretaria de Saúde do seu
município para saber se a Clínica Bariátrica/Hospital dos Fornecedores
de Cana de Piracicaba é a referência de sua cidade. 3. É ILEGAL, portanto terminantemente
PROIBIDO qualquer forma de pagamento/cobrança por tratamentos pelo
serviço gratuito de saúde do SUS. 4. O SUS dispõe de todas as etapas do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida. 5. A fila para cirurgias da obesidade da
Clínica Bariátrica/HFC está atualmente em torno de 18 a 24 meses. O
preparo pré-operatório foi distribuído dentro deste período para evitar
transtornos de última hora (como a demora em conseguir exames em seu
município), bem como manter a proximidade e seguimento estreito desde o
pré-operatório. 6. A fila obedece ao critério de data de
entrada após a palestra inicial. Não basta se cadastrar pela internet. É
necessário comparecer às reuniões e avaliações para estar na fila. 7. A idade mínima para cirurgias bariátrica pelo SUS é 16 anos. São regras do Ministério da Saúde. 8. O índice (IMC) mínimo para cirurgia bariátrica é “35 + doenças associadas” ou “maior que 40, mesmo sem doenças”. Se você entendeu as orientações e deseja se cadastrar,
Inscrição para Cirurgia Bariátrica gratuita
A cirurgia bariátrica é feita apenas em momentos extremos, quando não
há mais solução para o paciente emagrecer. A cirurgia é feita por
questões de saúde e não mais por motivos estéticos.
O paciente pode realizar a cirurgia de redução de estômago pelo plano de saúde, caso tenha, ou de graça pelo SUS.
O paciente entra na fila de espera para a realização da cirurgia
após diagnóstico do médico afirmando que o obeso precisa da cirurgia
bariátrica.
Após o diagnóstico médico, o paciente entrará na fila de espera e
depois será encaminhado a uma clínica de cirurgia bariátrica do SUS para
outros procedimentos clínicos e psicoterápicos para a liberação da
cirurgia.
Como já citado, a fila para conseguir a cirurgia pode demorar alguns
meses ou pode demorar anos, contudo vale a pena esperar para ter a
saúde de volta.
O interessado também pode entrar em contato com a Secretaria de Saúde do seu Estado para obter mais informações.
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