Comprimidos com mais de dois mil anos analisados
Fármacos foram encontrados num antigo navio romano
naufragado na costa italiana
2013-01-08
Ingredientes estavam bem preservados
Um artigo
publicado na revista «Proceedings of the National Academy of Sciences»
dá conta da análise a seis comprimidos descobertos num antigo navio
romano, afundado na costa italiana há mais de dois mil anos.
Investigadores da Universidade de Pisa (Itália) analisaram os remédios
usados na antiguidade e consideram que podem ter sido usados para tratar
infecções oculares.
As pílulas
encontradas estavam em bom estado e os seus ingredientes bem
preservados, apesar de submersos ao longo destes anos todos. As amostras
estavam numa caixa de metal e revelaram que continham gordura animal e
vegetal, entre elas possivelmente azeite, conhecido pelo seu uso antigo
em perfumes e preparados médicos; resina de pinheiro, que tem
propriedades anti-bacterianas; amido, um ingrediente usado em cosméticos
pelos romanos e compostos de zinco, os prováveis ingredientes ativos. A
composição indica que os comprimidos possam ter tido um uso
oftalmológico, segundo a equipa de investigação.
O navio
naufragado data do período entre 140 e 130 a.C. e teria sido usado como
embarcação de comércio da Grécia para o Mediterrâneo e apesar de ter
sido descoberta em 1974, apenas agora é que os comprimidos foram
totalmente analisados.
Literatura
científica recente documenta o uso de compostos de zinco na farmacologia
romana, especialmente para o tratamento de doenças oculares. A
descoberta de remédios antigos é rara, especialmente em boas condições
como os comprimidos encontrados no navio Relitto del Pozzino e pode
ajudar a compreender melhor a farmacologia antiga.
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