O que é transplante?
É um procedimento cirúrgico
que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas,
fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas...) de um pessoa doente
(Receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.
Quem pode e quem não pode ser doador?
A
doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que
levou à morte clínica e tipo sangüíneo são itens estudados do provável
doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição
absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com
doenças infecciosas ativas. Fumantes são não-doadores de pulmão.
Por que existe poucos doadores? Temos medo de doar?
É
uma das razões, porque temos medo da morte e não queremos nos preocupar
com este tema em vida. É muito mais cômodo não pensarmos sobre isso,
seja porque queremos pensar : "Não acontece comigo ou com a minha
família" ou "Isso só acontece com os outros e eles que decidam".
Quero ser doador. O que devo fazer?
Atualmente
a doação no Brasil é consentida, ou seja, só a sua famila pode
autorizar para que ela aconteça. Portanto o que es tiver escrito na
carteira de identidade ou na carteira de habilitação não tem valor! Se
você quiser ser doador avise a sua familia este seu desejo.
O que é morte encefálica?
Morte
encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e
tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o
organismo. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos
testes neurológicos clínicos, os quais são repetidos seis horas após.
Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (um
eletroencefalograma ou uma arteriografia).
Uma pessoa em coma também pode ser doadora?Não.
Coma é um estado reversível. Morte encefálica, como o próprio nome
sugere, não. Uma pessoa somente torna-se potencial doadora após o
correto diagnóstico de morte encefálica e da autorização dos familiares
para a retirada dos órgãos.
Como o corpo é mantido após a morte encefálica?O
coração bate às custas de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda
de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Como proceder para doar?
Um
famíliar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser
dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima.
Quem paga os procedimentos de doação?
A
família não paga pelos procedimentos de manutenção do potencial doador,
nem pela retirada dos órgãos. Existe cobertura do SUS (Sistema Único de
Saúde) para isso.
O que acontece depois de autorizada a doação?
A
Central de transplantes vai gerar a lista de receptores, fazer contato
com estes atraves das equipes de transplantes, aguarda a confirmação das
equipes e então inicia a cirurgia para retirada dos órgãos e tecidos
doados. O corpo é entregue a familia entre 12 e 24hs após a autorização
familiar!
Quem recebe os órgãos doados?
Testes
laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores.
Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de
espera e urgência do procedimento.
Quantas partes do corpo podem ser aproveitadas para transplante?
O
mais freqüente: 2 rins, 2 pulmões, coração, fígado e pâncreas, 2
córneas, 3 válvulas cardíacas, ossos do ouvido interno, cartilagem
costal, crista ilíaca, cabeça do fêmur, tendão da patela, ossos longos,
fascia lata, veia safena, pele. Mais recentemente foram realizados
transplantes de uma mão completa. Um único doador tem a chance de
salvar, ou melhorar a qualidade de vida, de pelo menos 25 pessoas.
Podemos escolher o receptor?
Nem
o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre
indicado pela Central de Transplantes. A não ser no caso de doação em
vida.
Quem são beneficiados com os transplantes?
Milhares
de pessoas, inclusive crianças, todos os anos, contraem doenças cujo
único tratamento é um transplante. A espera por um doador, que muitas
vezes não aparece, é dramática e adoece também um círculo grande de
pessoas da família e de amigos.
Existe algum conflito de
interesse entre os atos de salvar a vida de um potencial doador e o da
retirada dos órgãos para transplante?
Absolutamente não. A
retirada dos órgãos para transplante somente é considerada quando todos
os esforços para salvar a vida de uma pessoa tenham sido realizados.
Qual a chance de sucesso de um transplante?
É
alta. Mas muita coisa depende de particularidades pessoais, o que
impede uma resposta mais precisa. Existe no Brasil pessoas que fizeram
transplante de rim, por exemplo, há mais de 30 anos, tiveram filhos e
levam uma vida normal.
Quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa?
Além
dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais
problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos o
tranplantado usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é
cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com muito melhor
qualidade.
Quanto custa um transplante e quem paga?
Mais
de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS. A maioria dos planos privados
de saúde não cobre este tipo de tratamento, cujo custo pode variar de
R$ 4.000,00 a R$ 70.000,00.
O Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo!
Quando os órgãos devem ser retirados?
Ainda com o coração do doador batendo:
- Coração e pulmão:
São o que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a
retirada e a doação não deve exceder quatro horas, mas o ideal é que as
duas cirurgias sejam realizadas quase que ao mesmo tempo.
- Fígado: O órgão resiste até 24 horas fora do organismo.
- Rim (fila de espera): Também é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 48 horas.
- Pâncreas: Como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente. Até seis horas depois que o coração parou:
- Córnea
(fila de espera): Um dos tecidos mais resistentes. Pode permanecer até
14 dias fora do organismo, desde que mantida em líquidos apropriados
para sua conservação.
Como se inscrever no cadastro técnico?
O
transplante de órgãos é uma das modalidades de tratamento para algumas
doenças chamadas terminais. Nestes casos o órgão em questão, uma vez
lesado, não pode ser recuperado e o paciente deverá receber um
tratamento de suporte a vida que pode ser definitivo ou temporário, até a
realização do transplante. O transplante visa substituir o órgão lesado
por um novo.
Particularmente no caso dos doentes renais, o
tratamento de suporte a vida, que é a diálise, pode ser uma escolha
definitiva e proporcionar qualidade de vida razoável aos pacientes. Este
caminho pode ser uma opção do próprio paciente ou uma indicação do seu
médico e neste caso, insistir com o transplante pode trazer mais
prejuízo do que benefícios ao indivíduo. Em outras palavras o
transplante é um tipo de tratamento que tem indicações precisas que
devem ser feitas por um médico.
Quem deve inscrever o paciente
como um potencial receptor de órgão, no CTU, é o médico que está
encarregado de seu tratamento. No caso de pacientes em diálise a equipe
médica do Centro de Diálise pode fazer essa inscrição mas tem que ter o
cuidado de providenciar uma Equipe Médica de Transplante que se
responsabilize por realizar o transplante quando ele for selecionado.
Em resumo quem inscreve e mantêm o paciente no CTU é o seu médico.
Comentários
Postar um comentário
amo a natureza